Reconstruir o passado e planejar o futuro

Itaboraí - Estamos vendo a cidade crescer, com o pensamento no futuro. Há bem pouco tempo, chegar aqui, trazia a mesma impressão que o caubói ao entrar numa cidadezinha do faroeste, nos filmes americanos sobre os tempos coloniais.

A “cidade que dorme no tempo” - diz a escritora Ana Maria Wolff ao percorrer a avenida principal pela primeira vez.

Em busca do passado

De fato, há mistérios aqui. Estão para ser desvendados pelas descobertas arqueológicas.

“É uma das maiores escavações já realizadas no país” - dizem os pesquisadores que buscam respostas sobre as relações sociais entre índios, europeus e escravos.

A revitalização da região, com as instalações do COMPERJ ocorrem paralelas à chegada de equipes de arqueólogos. Eles querem identificar, caracterizar e salvar os sítios arqueológicos. São os sambaquis, de até 4 mil anos. Região de cerimônia no culto aos mortos. Os rituais eram ao redor de uma fogueira, e montes de conchas e restos de espinhas de peixe. As conchas, ricas em cal, preservaram os restos mortais.

Diz a professora Maria Dulce Gaspar (Museu Nacional/UFRJ), em entrevista à Barbara Reis, Revista O Prelo - “Essas características deixam registrados sinais que ainda podem identificar os hábitos. A pesquisa arqueológica traz à luz, uma série de aspectos do modo de vida, que permite caracterizar o cotidiano do grupo em estudo. Trata da compreensão cultural e seu uso social”.

O paradoxo que se estabelece em Itaboraí é realmente misterioso. Uma região em que desde tempos remotos, cultuava a perenidade da lembrança de seus entes queridos... Volta-se agora ao futuro embebido de ganância no enriquecimento pelo Ouro-Negro (o Petróleo).

Futuro - a verdadeira riqueza

É justamente aqui - um vale de preciosas águas minerais. Talvez neste futuro adiante torne-se bem mais precioso e valorizado do que o Petróleo.

É nesta localidade, neste complexo entrecruzar de influências, que a escritora Ana Maria Wolff, por mais de 10 anos, escreveu o tratado de Energia Mental: Percepção.

Quem sabe não será este o bem mais valioso que no futuro há de se buscar? Refere-se à compreensão dos destinos do Homem diante de sua trajetória de evolução. // Texto: Equipe Wolff / MW.

*Matéria originalmente publicada em 29 de março de 2013 - atualizada.