Pastor Francisco Lopes Martins em entrevista exclusiva ao Jornalista Reinaldo Wolff
RW:
Pastor, o senhor é de ascendência portuguesa, não é?
Pastor:
Eu sou descendente de espanhóis, por parte do meu pai. Sou bisneto. Minha
esposa é que é filha legítima de português.
RW:
Já tirou os documentos de Portugal?
Pastor:
A irmã dela tirou esses documentos.
RW:
Esta é a Martha, minha irmã. O senhor ainda não conhece.
RW:
Já conseguiu o registro sindical - de fotógrafo profissional.
Pastor:
Que bom!
RW:
O Arthur e a Vitória têm publicado uma série de reportagens. Pastor, posso
fazer algo já prometido ao senhor. Apresentá-lo ao Pastor Armindo L. Müller
(autor do livro Joseph Hecht da Suíça para Friburgo) e fazer uma sugestão - que
se faça um convênio com a Ulbra, do Rio Grande do Sul - sobre a Teologia.
(A música e a chuva - um coro que nos faz
mudar de sala).

Pastor:
Então, antes de conversarmos e que não faz parte da entrevista eu vou lhe falar
um pouco sobre o MEC.
RW:
Pastor, o senhor estava falando a respeito do Governo Federal estava explicando
em relação às Faculdades que existem de Teologia, no Brasil. Ouvi a sua opinião
de que “o governo mesmo não teria uma base para estruturar a grade curricular”.
Confere?
Pastor:
O governo - eles como políticos - não. Eles vão ter que depender de orientação
teológica. De teólogos formados de várias denominações, e não de uma só. Vai
ter que fazer um trabalho principalmente nos ramos mais antigos da Teologia.
Nos ramos mais antigos. E ouvir também os mais modernos. Porque senão esse
debate não vai acontecer - e essa ideia não vai acontecer - a nível que supra a
necessidade da Teologia como uma cadeira de amplo conhecimento teológico. E aí
há de se ter o cuidado de que essa Teologia não seja uma coisa feita no MEC que
vise uma denominação teológica - uma visão teológica apenas. E como o Estado é
Laico.
(Os acordes ressoam piedosos vibrando nas
janelas de vidro. E junto, o intermitente batuque da chuva. A voz emocionada do
Pastor domina, ecoando naquela enorme sala de cadeiras vazias).
Pastor:
O Estado não pode legislar em cima de causas religiosas. É provável, e deveria
ser melhor, que a Teologia permanecesse na situação que está atualmente...
Como? Com o sistema de convalidação. O sistema que algumas faculdades possam
abrir essas portas para formar acadêmicos.
(Pausa. Ouvimos o louvor até o fim. E vamos
para outro local. Aquele fio de raciocínio interrompe, embora o tema seja
inesgotável).
(Reinaldo Wolff explica sobre o tema de seu
artigo científico: Orto-Jurídico).
RW:
O Governo monopolizando completamente o poder. Hoje o Município vive como se
estivesse no sistema feudal. Isso gera uma incerteza jurídica! Não é possível
que vivamos num país onde tudo o que se faz é incerto! Então é necessário
inclusive para área teológica - que as pessoas tenham certeza! Na apresentação
do meu artigo científico me perguntaram - "o que é a verdade?". O
senhor sabe o que tive vontade de dizer? Verdade é Jesus Cristo. É o Caminho, a
Verdade, a Luz, a Vida.
Pastor:
Quando nós falamos em termos, não de Teologia, mas de Filosofia - essa questão
sobre "o que é a Verdade?" - "dá muito pano pra manga"!
Porque a Filosofia nunca tem nada como "verdade"! Mas a
"incerteza" que o senhor falou há pouco. O momento de incerteza que
nós vivemos no Brasil... É grande, realmente! Nós estamos voltando a passos
largos, rapidamente, a um momento na História do Brasil que não foi muito
agradável com uma hiperinflação. O sistema político adotado atualmente - é
cheio de pontos muito questionáveis. Como pastor e teólogo eu fico muito
preocupado porque nós temos uma opinião sobre massa, sobre pessoas. Não podemos
levar gente à revolta. Até porque isso também vai ser um problema para eles.
Também não podemos deixar que a coisa aconteça sem que a gente se pronuncie de
alguma forma. E fale para as pessoas. E oriente as pessoas. Isso, realmente, é
bem complicado.
RW:
Neste caso eles na Igreja fazem a catarse - a liberação das emoções.
Pastor:
Exato! A catarse está sendo usado. O hipnotismo está sendo usado. Muitas
técnicas estão sendo usadas na Igreja, e para as pessoas até que não têm
conhecimento, são pessoas leigas, não têm o devido conhecimento nessa área. Se
é que o termo leigo pode ser aplicado para isso. Nós entendemos que essas
pessoas são "ludibriadas" a exatamente "responderem"
(através da catarse) aquilo que um ou outro líder... tem como interessante!
RW:
Uma emoção pesada, em seguida a pessoa se sente leve, e aí... segue doutrinas
absurdas!
Pastor:
Exatamente! E aí nós vemos que a Igreja pode ser que esteja um pouco fora do
seu verdadeiro papel... Qual é o papel do Evangelho? Qual é o papel da Igreja?
O papel da Igreja é assistência ao homem. Não existe teologia sem Antropologia.
O papel de Deus, como Deus, foi resgatar o Homem. Então a Antropologia faz
parte da Teologia! Não se pode separar as duas questões - Homem... e Deus! Hoje
em dia nós podemos dizer que se perdeu um pouco dessa realidade... Por exemplo
- uma pessoa pode ver passar um mendigo e pensar consigo mesmo "O que me
importa ele?".
RW:
E como a FACITE vê essa realidade atual?
RW:
E como entende o momento político/educacional? Em termos de Brasil atual?
RW:
Exatamente sobre isto, agora de tarde, falei na universidade, em meu trabalho
de conclusão de curso! Onde eles elegem pessoas de pouca cultura, ou até
analfabetos, para serem legisladores! Como se colocasse uma pessoa sem nenhum
conhecimento médico para ser médico num hospital, subitamente... Que medicina
ele vai fazer? Então, é a mesma questão em referência a "leis". É
necessário ser um conhecedor! O senhor é um advogado, o senhor sabe disto! É
necessário conhecer lei com profundidade - há uma falha na jurisdição
brasileira no aspecto de que qualquer um pode se eleger! Porque há condições de
exigências básicas para qualquer concurso público. A eleição não deixa de ser,
em última análise, um concurso público! E, ao meu ver, quando a pessoa é eleita
sem conhecimento nenhum, é exercício ilegal da profissão. Porque não deixa de
ser um concurso público. Há necessidade de verificar até onde isso influi.
Porque... de uma forma ou de outra, vai alterar a vida de todos! E inclusive
dos evangélicos! Porque é um sistema totalitário que está sendo feito. É
necessário os evangélicos despertarem essa consciência! O senhor concorda?
RW:
São caminhos que se entrecruzam e se entrechocam. Porque Jesus era Jesus de
Nazaré. E Barrabás era Jesus de Barrabás. Então quando perguntaram ao povo qual
Jesus? As pessoas não conheciam Jesus de Nazaré. E a confusão se instaurou na
cabeça das pessoas. E aqueles em que havia interesse no comércio, aos quais
Jesus chicoteou, esses foram contra! Então a partir daí, gerando problemas, até
hoje é a mesma história! Os que estão na política, contra aqueles que querem
seguir Deus. Mas é necessário um despertar de consciência. Como despertar essa
consciência?
RW:
Em relação aos Polos da Facite - quais são os Polos atuais?


Pastor: Olha! Muito boas as suas perguntas! Gostei
muito, realmente.
MW: Eu também
gostei das suas respostas.
Pastor: Achei as perguntas dele inteligentíssimas!
MW: Vai
gostar de editar no site da Facite?
Pastor: Ah, sim! Vamos fazer isso, vamos colocar o
link no site da Facite.
RW: É o que nos disse o desembargador Nagib Slaib Filho.
Irá editar no site dele a entrevista com a Equipe Wolff. Ele nos disse que irá
constar na página dele na internet.
RW: Pastor, aqui é a mãezinha (a escritora Ana Maria
Wolff). O senhor lembra dela na TV?
(toca a sirene,
ecoando bem próximo de nós, um minuto de pausa até o som perder-se ao longe).
Pastor: Ela não me é estranha.
RW: Ela esteve em todos os canais de TV.
(Chove
torrencialmente).
Pastor: Panerígeno Teológico na Modernidade ou
Modernidade Tardia (que é o momento que estamos vivendo).
RW: E o conceito de vida, a mensagem que o senhor quer
passar? O legado, cada um de nós dá um legado ao mundo.
(Ouve-se ao longe
vozes infantis alegres).
Pastor: A volta do Homem ao Logos (a Cristo).
(Ele fala pausado à medida
que escreve).
RW: A intenção quando falo em suas aulas, não é
incomodar, viu Pastor? É que eu me empolgo pelo assunto.
MW: O senhor já conhece nossa página “Creio em mim”.
Pastor: Sim. Eu tenho esta página até no meio dos meus
alfarrábios, também. Agora eu indicaria a vocês entrevistar o Copem: o pastor
Homero. O senhor pode falar com ele: “Olha o pastor Francisco falou
que eu posso me filiar ao Copem”. Veja com ele como é essa filiação. Porque no
meu caso a minha filiação já é como instituição.
(e a chuva tamborila
pelos telhados, dando a impressão de um dilúvio. Ou batismo de São João
Batista?).
RW: Eu o conheço bem. Nós já o entrevistamos, mas
vou entrevistar de novo.
Pastor: A menina que está no meu curso é a sobrinha dele.
RW: A impressão de quem vem de fora é de que, em
Itaboraí, são todos parentes.
Pastor: O pastor Homero está toda 3ª e 4ª, na
Prefeitura, de manhã. O pastor vai reconhecer o senhor, ele esteve aqui.
RW: Ele lembra de mim. Temos amizade inclusive.
Pastor: Pode dizer a ele – O pastor Francisco lhe
indicou para uma entrevista, e também sobre o Copem.
RW: Agradeço muito pastor, espero que senhor tenha
gostado!
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