Petróleo na Noruega e o Petróleo no Brasil
As lições de Delfim Neto
Delfim e Dornelles estão no seminário que comemora os 200 anos do Ministério da Fazenda.
Dornelles, ex-ministro da Fazenda no Governo Sarney, em entrevista para o Jornal do Commercio, de 09/09/2008, diz: “Estão começando do final. Primeiro é preciso definir como serão feitos os investimentos para exploração do Pré-Sal. Antes de saber isto, já estão discutindo como distribuir”.
O ex-ministro da Fazenda, Delfim Neto, diz: “O modelo de hoje é aberto. O governo pode cobrar o que quiser, e se o investidor aceitar, ele vem. A futura exploração do Pré-Sal deve se basear nas 3 estruturas que tem. 1) Petrobrás. 2) Agência Nacional de Petróleo. 3) O Fundo Soberano do Brasil. Os 3 para administrar os recursos. Delfim também manifestou preocupação com os dólares que entrarão no país com a exportação do óleo do Pré-Sal. Se esse dinheiro não for bem administrado, pode levar a uma super valorização do real e prejudicial a outros setores produtivos”.
A transformação do ouro negro em ouro filosofal
Vamos então, aqui, fazer uma revisão das aulas do economista Delfim Neto, em artigo do Valor Econômico.
Em 2/09/2008 ele diz: “Temos muito a aprender com a experiência da Noruega - o único país do mundo que transformou, de maneira adequada, uma riqueza inesperada. Estou falando da descoberta de um recurso não renovável: o Petróleo.
A NORUEGA AGIU COMO UM ESTADO INDUTOR. COMO?
1) A economia do país estava em déficit, quando alcançou sua libertação com a descoberta deste petróleo.
A NORUEGA TRANSFORMOU ESTA DESCOBERTA, NO INSTRUMENTO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL PARA ATUAIS E FUTURAS GERAÇÕES.
COMO ISSO É POSSÍVEL?
Com uma taxa de câmbio favorável para fortalecer os setores industriais e serviços.
Evitou destruir estes setores pela taxa de câmbio inapropriada.
O QUE ISSO SIGNIFICA?
A verificação, revelada pela estória de muitos países é: exploração de recursos naturais, de forte demanda externa, pode ser uma “tragédia”.
E POR QUÊ?
A curto prazo, há valorização cambial temporária. Isto levou, nestes países analisados, à perda definitiva da competitividade de alguns setores.
COMO ASSIM?
Pela redução do lucro.
E QUAL A CONSEQUÊNCIA?
a) Leva à desatualização tecnológica. Hoje em dia, uma geração de nova tecnologia, varia de 3 a 5 anos.
b) Aumenta a penetração externa.
c) Reduz os ganhos internos.
Estes são os ganhos que se transferem para todas as indúst
rias nos países exportadores que entraram no país.
rias nos países exportadores que entraram no país.
NESTE CASO, O QUE FEZ A NORUEGA QUE DEU TÃO CERTO?
2) A proteção bem escolhida e temporária, cria as vantagens comparativas definitivas, afinal: o aprender-fazendo, é a realidade. Sobre estes conceitos a Noruega montou os pilares da administração, dos recursos não renováveis.
E O QUE ACONTECEU?
Assegurou a internacionalização dos seus próprios processos industriais, de sua exploração do Petróleo.
E O QUE MAIS?
Também de sua competitividade nos outros setores de bens e serviços, de alta tecnologia no mercado mundial. A experiência norueguesa pode ser para o Brasil uma inspiração adequada”, ele diz.
Muito obrigado, Ministro Delfim Neto, pela sua inteligente avaliação!//MW.
*Matéria originalmente publicada em 26 de fevereiro de 2013 - atualizada.
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