Lucrécia Souza de Andrade Zorim

Doces Lembranças! Xódo da Bica, MG


RW: como foi a trajetória de vida? Quais os objetivos que tem? A entrevista é neste sentido. Como é o seu nome?
LS: Lucrécia Souza de Andrade Zorim.
RW: A senhora foi professora?
LS: Hum, sim, desde o primário, curso de formação religiosa, desenho, artes, tudo ligado a esse sentido.
RW: muito bom!
LS: Fiz curso de jornalismo e História – naquela época não havia um curso especializado e nós demos curso de um ano de preparação em Juiz de Fora.
RW: Conhecemos um ótimo dentista de Juiz de Fora. É um lugar muito agradável. Aqui é próximo a Juiz de Fora.
LS: Isso, a cem quilômetros!
RW: Como foi a ideia de fazer este empreendimento?
LS: Eu sempre me preocupei muito com a parte do meio ambiente. (Sorrisos) A minha cor preferida sempre foi o verde! Nós, no outro posto, fomos finalistas num prêmio da Fundação Getúlio Vargas em trabalho social e ambiental.
RW: Olha só!
LS: Então, para um posto de gasolina receber um prêmio em trabalho ambiental, é algo muito interessante!
RW: Como foi esse trabalho?
LS: A gente fez um trabalho para mostrar que a sustentabilidade é viável. O que se provou assim é que através até de pequenas atitudes pode-se mudar o mundo.
RW: Com certeza!
LS: Que a gente comece a mudar o mundo para nós mesmos! Em mudar abordagens com os pais, em dia dos pais, dia das mães, sempre foram sobre árvores, florestal. Uma das abordagens por exemplo foi esta – “já que vai faltar água... e para não faltar ar, para o seu filho, nós vamos entregar a você uma muda de árvore para você plantar e junto com ele façam o plantio. E junto com a muda de árvore havia as plaquinhas com os dizeres: “Plantei com meu pai, hoje uma árvore! E por isso nos tornamos imortais!”. E assim sempre foi a minha abordagem. De fato, encontro pessoas, até hoje, que me falam disso! “Eu plantei aquela árvore!”. Outro exemplo: em encontro de motociclistas, eu distribuía mudas de Pau-Brasil.
RW: Que beleza!
LS: E me encantou muito o trabalho que desenvolvi sobre o Pau-Brasil, porque fui morar em Porto Seguro – Bahia e não encontrei lá a árvore de Pau-Brasil na beira do mar, como sempre se estudava em história! E aí, das frases de Santos Dumont que mais me encantou foi: “O Brasil é o único país do mundo que tem a árvore do Pau-Brasil”. Ele dizia que o balão dele não era o mais bonito, mas era o único que se chamava Brasil. Então é a primeira árvore que está em extinção no Brasil!
RW: O que a senhora diz é a realidade – é o nome do país e a árvore está em extinção!
LS: Não é mesmo? Então é que se começou a distribuição da semente da árvore de Pau-Brasil. Para todos unidos reflorestar. Repor a ausência daquilo que até então ainda não foi feito. É com esta iniciativa que nós recebemos o Prêmio, por reconhecimento a esse nosso trabalho – em vez – em vez de café, replantar o Pau-Brasil! O que o empresário de hoje tem medo? Em que ter a sustentabilidade não lhe traz retorno de recurso financeiro, não traz nada de lucro, de volta. O que nós estamos conseguindo provar? É que a sustentabilidade é a base de tudo. Outro exemplo: a fossa séptica (aqui do nosso posto de gasolina) é de vaso respiração. O que são plantadas ao redor? Plantas de folhas largas, taioba e bananeiras. Porque? O que é alimentar dessa forma? Elas são plantas lindas! É o oxigênio mais o ar.
RW: Esse foi um dos prêmios, qual foi o segundo?
LS: O Prêmio Imprensa, de reconhecimento, porque sempre dou palestras em faculdades, escolas, sabe? Falando sobre meio ambiente, o petróleo, sobre o uso indeterminado. A gente está tirando demais da Natureza! E a seguir, passei a participar cada vez mais de projetos dentro da comunidade, sempre no tema ambiental. E sempre damos o exemplo. Como é o que fizemos aqui neste empreendimento com aquela fossa que está ali – para não poluirmos o ambiente, ali é uma caixa fechada e não deixa cair nada de dejetos no meio ambiente.
RW: Professora, que mensagem pode passar para as gerações futuras?
LS: Eu gostaria que os filhos desses a quem estamos passando essa mensagem, tivesse a beleza e exuberância de Natureza que ainda temos hoje. A gente tenta sempre ser um exemplo do que nós demonstramos aqui – quando a gente vende até umas balinhas, eu compro balas manufaturadas, até para elas não pararem de produzir, para propiciar esta experiência às crianças de hoje.

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