Professor Paulo Emílio Soares Aguiar - Imprensa Oficial - em entrevista exclusiva à Equipe Wolff


Professor com experiência global para lançar a inovação com o pioneirismo. E sem perder a sustentabilidade de cada projeto. Como por exemplo, o que apresentou à Prefeitura de. Magé (RJ) - Sistema de tratamento com sustentabilidade de água na Região de Santo Aleixo. De relevância social comprovada.


Projeto Você É Muito Importante Para Nós ©



Sustentabilidade e Crescimento


RW: É um prazer estar aqui na presença do senhor... Sr. Paulo Emílio Soares Aguiar, observo que o senhor está desenvolvendo um trabalho muito interessante junto às prefeituras. Em que se baseia exatamente o seu projeto?
Professor Paulo Emílio: Eu tenho alguns projetos que se baseiam mais em sustentabilidade. Além de ser o tema do momento... É uma necessidade! Não adianta a gente criar um projeto sem ter como subsidiar esse projeto durante todo o seu período de execução. Então tudo que se produz hoje, tudo que se faz hoje tem que ter: como fazer a manutenção sem contar com verbas externas durante o percurso do projeto e tem que ter uma relevância social. Para atender principalmente aqueles que são mais necessitados!
RW: Como vencer as barreiras iniciais com relação aos gestores e às dificuldades desses gestores?
Professor Paulo Emílio: Ainda vejo hoje a mentalidade muito patriarcal dos nossos gestores. Se dizem "gestores"! Gestor é a palavra do momento. Só de administradores familiares - de mentalidade familiar. Em que principalmente "o lucro" - está em primeiro lugar. E não é bem assim! O lucro deve existir, claro! Porque o próprio nome diz: desenvolvimento sustentável. Mas não é apenas fazer, mas desenvolver! A gente tem que pensar que há as estruturas aí que precisam ter um campo de ação, de crescimento. Então penso que os gestores tem que mudar um pouco a mentalidade - em apoiar! Em treinamento, em qualificação, em melhoria contínua dos empregados. Ver que os empregados são parceiros e não apenas serviçais! Porque numa empresa o patrimônio não é só a parte física! Mas o desenvolvimento, o interesse do trabalhador, do empregado, em fazer a empresa crescer!
RW: Agora, ao longo do trabalho que o senhor tem desenvolvido, como tem sido? Tem sido muito difícil convencer as Prefeituras? Encontrando mais alegrias ou mais aborrecimentos em relação a isso?
Professor Paulo Emílio: É difícil. Porque toda vez que a gente entra em contato com o administrador ele já pensa logo em despesa. Ele não tem aquela visão que a médio e longo prazo aquilo tudo ali é para uma melhoria. Então está sendo uma troca, porque às vezes é um investimento que faz atualmente que vai trazer o que? Diminuir gastos! Vamos dizer, no resultado final, você vai reduzir gastos no resultado final. Por exemplo - tratamento imediato da água e esgoto, na fonte final que seria a Baía de Guanabara, nos sistemas de tratamento do Guandu e outros - você vai evitar gastar produtos químicos e, vamos dizer, tirar qualidade da água. É gastos finais que você está economizando! Então as pessoas têm que ver que às vezes um investimento inicial - claro que todo planejamento mostra que no final você vai ter uma prevenção! É uma melhoria contínua! E economia para o próprio orçamento dos municípios e do Estado.
RW: Senhor Aguiar, o senhor disse que desenvolveu atividades em função das Faculdades. Quais são as faculdades que o senhor fez?
Professor Paulo Emílio: Pedagogia, tecnólogo de meio ambiente, e de Engenharia, Educação Física, e estou fazendo agora Mestrado de Educação Superior e Sustentabilidade.
RW: Isso é muito interessante - a vontade de estudar! O que lhe dá essa motivação para que desenvolva esses estudos?
Professor Paulo Emílio: É coisa que eu sempre aprendi! Quanto mais a gente fica - um professor uma vez me falou que aquele velho hábito de falar assim "se a gente correr atrás, a gente está ficando para trás!" Então a gente tem que correr para frente! Cada vez melhorar mais. A gente tem que ler muito. Isso eu ensino para meus alunos também. A gente tem que estar lendo e se atualizando! Porque às vezes um pequeno "pedacinho" que você perde - vamos dizer assim - é aquele "link" que vai fazer o seu projeto ou o seu desenvolvimento paralisar! Então o estudo é importante. E estudar na maior garra possível de conhecimento! Porque às vezes as pessoas acham que a gente deve focar diretamente, exclusivamente alguma coisa. E esquece de criar outras coisas! O senhor mesmo falou - gestor. Gestão nada mais é do que administração. Filosofia antigamente era ciência do conhecimento e foi dividida em várias áreas. Administração foi dividida em várias áreas. Tudo é interligado. E então você tem que aprender, para poder o quê? Você abarcar todo o seu conhecimento.
RW: O senhor é professor universitário?
Professor Paulo Emílio: Eu sou professor de curso técnico (Senac - RJ).
RW: É bom. Professor, pergunto ao senhor - que resultado conseguiu com as prefeituras? Houve adesão?
Professor Paulo Emílio: Não! Nenhuma prefeitura mostra interesse... O que acontece? Infelizmente eles querem: visibilidade... Visibilidade é o quê? É pintura, é obra de rua, fachadas bem pintadas. Agora aquela parte que vai dar assim - melhorar o saneamento básico, não é? A matéria que eu estou dando agora para os meus alunos, da parte do meio ambiente, eu estou focando muito nos direitos humanos! A Declaração Universal dos Direitos Humanos fala sobre isto - educação, saneamento básico, desenvolvimento social. Se o governo incentivar o crescimento de todos amplo, há melhoria de condições de vida... Por exemplo, investir em prevenção é, tirar, na conta final, que vem mais caro.
RW: Esse é hoje o grande conceito da Europa!
Professor Paulo Emílio: Isso é o quê? Educação! Investir em Educação! Então, para a gente que é disseminador dos conceitos de Segurança, no meu caso, disseminador de conhecimento, a gente tem que estar atualizado. É importantíssimo!
RW: Outro aspecto que é importante lembrar - aqui vizinho, o município que o senhor fez sua proposta, que foi em Magé - o vizinho Itaboraí - sabe-se que em Itaboraí existe um manancial imenso de água e é exatamente onde eles colocaram o Aterro Sanitário. O que o senhor acha disso?
Professor Paulo Emílio: Lixão é proibido. Nós temos uma lei agora sobre isto. Agora o aterro sanitário - deve ter sido feito o estudo dos impactos ambientais, não estou a par deste caso aí. Isso desse estudo ambiental é obrigatório. Porque? Se a gente pegar para ler a lei 6938, em que fala sobre meio ambiente - todas as áreas que sejam possivelmente poluidora - nem preciso falar para vocês de um aterro sanitário... E que não é o aterro controlado, este é o que está no limite. Já o aterro sanitário, ele tem que ser perfeito. Tem alguns casos como o da Baixada Fluminense, em que eles produzem ali energia para um milhão de habitantes. Eles fazem a sustentabilidade do próprio projeto. Isto é importante. O aterro sanitário se ele for feito da maneira correta, nos moldes como temos em Paulínea, moldes que há em alguns lugares da Europa - perfeito! Porque é uma necessidade...
RW: Mas em Paulínea houve vazamento...
Professor Paulo Emílio: Não foi no Aterro Sanitário. Ocorreu isto foi no Aterro Controlado. Eles fazem o controle de monitoramento contínuo. Existe sim, por exemplo - tivemos problema aqui no Mono do Céu. Eu trabalhei junto à Prefeitura de Niterói. O gás do lixo é o metano. É um gás ótimo. Mas tem que ser controladíssimo. É perigosíssimo. Altamente explosivo. Então... é aproveitável? Sim. Mas agride o ambiente 20 vezes mais do que o carbono. Se não controlar, não queimar ele, pode gerar alguns problemas. O próprio chorume é perigoso. É cancerígeno. Na Holanda teve um acontecimento assim. Por falta de conhecimento - isso há muitos anos atrás - pegava aquela lama, que nada mais é do que o chorume solidificado e achavam que podia fazer compostagem. Eles inertizaram, mataram, várias áreas por causa disso! É como se fosse um ácido. Mata todas as bactérias do solo - são bactérias que estão ali para fazer a troca do Carbono. Os Aterros Sanitários - aqueles nos moldes do que tem que ser feito - eles são fundamentais! Porque hoje em dia gera-se muito lixo. Isso também é educação. Temos que melhorar a educação. Por exemplo - não adianta se falar em reciclagem. O governo tem que fazer a estrutura para as pessoas fazerem a reciclagem. Tem que ler aonde recolher. É para vender? Vende, tudo bem! Mas tem que ter algum lugar para fazer isso. Já visitei algumas empresas que tem aquelas lixeiras de coleta seletiva, mas o saco de lixo que fica dentro da lixeira, é tudo da mesma cor. Ou seja - depois que vai ser recolhido, vai tudo ser pegado no mesmo lugar! É só de fachada! Então você tem que ter condições no seu projeto de fazer a destinação final correta.
RW: É a responsabilidade ambiental, responsabilidade civil. E até criminal - o não controle pode gerar dolo a terceiros.
Professor Paulo Emílio: Por exemplo, admitido o gerador de dano. Acabou o conceito de ter poucos bens - agora a justiça vai procurar onde está os rendimentos da pessoa, até arcar a responsabilidade.
MW: Seus projetos de água em Magé são fascinantes!
Professor Paulo Emílio: Tentei envolver tratamento de água.
RW: Nosso pai era especialista em purificação de água. Ele fez isso para o Exército Brasileiro.
Professor Paulo Emílio: Nós temos ali em Magé uma área que é de poder histórico, inclusive as calçadas, as ruas. Para a pessoa mexer numa rua é muito difícil. Santo Aleixo ali era o primeiro entreposto para a lavagem de tecidos, por causa dos rios e a subida para petrópolis e Teresópolis, onde tinha a Casa Real. Eles vinham de Mauá, Baía de Guanabara, fizeram o primeiro lugarejo ali onde tinha a parte de limpeza. E que ninguém hoje conhece. Magé, Santo Aleixo, é mais antigo que o Rio de Janeiro. Chegava no final da Baía de Guanabara era o primeiro local de apoio antes de subir a serra. Era uma trilha de burros para a subida de carga. Tem até hoje a trilha. O pessoal sobe ali de moto, não dá para ir de carro. E Santo Aleixo tem um valor agregado muito bonito. Está entre uma floresta - a Floresta Nacional, Floresta dos Órgãos - e uma APA, nós temos ali uma área de preservação.


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