QUANDO OS FELINOS SÃO AMIGOS - Nosso entrevistado: Edemorino Raimundo Oliveira
Projeto Você é muito
importante para nós ©
Entrevista exclusiva ao Jornalista Reinaldo Wolff,
AFI 253, MT 27672
(CL) Edemorino Raimundo Oliveira
Edemorino Oliveira: A nossa situação do momento, do
Lions hoje – vive o símbolo da humanidade. Nós servimos desinteressadamente. O
Lions é uma instituição não só Filantrópica, mas ela é anti-política,
anti-regilião. O Lions vai fazer 100 anos. Foi fundada em 1917. Nosso fundador
tem uma campanha inicial, na vida dele que é acabar com a cegueira do mundo.
Nós somos convidados por Helen Keller para fazer esta campanha. Nós, leões,
Lions foi quem inventou a “Bengala Branca”. Nós, a parte do Lions internacional,
foi quem fez a primeira vez “o cão guia”, exclusivamente para a cegueira. O
Lions está se modernizando, atua com relação às drogas, com relação ao meio
ambiente. Nosso presidente internacional fez um pedido para que nós
plantássemos um milhão de árvores. E nós fechamos 2011 (com o nosso mandato
aqui de um ano) com dezessete milhões de árvores plantadas no mundo. Aqui em
Friburgo, no domingo, nós fizemos uma doação – o Lions Club de Nova Friburgo
fez uma doação de 400 mudas de árvores para o Terê Fri. Nós vamos reflorestar a
estrada Friburgo/Teresópolis. Nós estamos exclusivamente voltados para a causa
dos necessitados! Para você ter uma ideia, nós recebemos, a nossa organização,
Lions International Fundation, recebeu uma doação de vinte milhões de dólares da
fundação Bill Gates. E este dinheiro foi exclusivamente para a África! Para a
Campanha de Erradicação do Sarampo. Então este dinheiro foi destinado
exclusivamente para lá.
Equipe Wolff: Como aconteceu essa mudança no Lions?
Edemorino Oliveira: Isso aconteceu com a modernidade
dos novos leões. A internet desenvolveu todos os poderes, todas as condições.
Porque hoje é muito mais fácil através da internet encontrar um amigo, uma
pessoa que seja solidária, em qualquer parte do mundo.
Equipe Wolff: Que dificuldade está havendo na
cidade, nas campanhas do Lions?
Edemorino Oliveira: Nós, aqui em Nova Friburgo? Nós
não temos dificuldades. Nós, do Lions, com a tragédia, a catástrofe. Nós fomos
os primeiros a chegar.
Equipe Wolff: Como as pessoas se unem nesse ideal de
ser solidário?
Edemorino Oliveira: Todos nós, leões, buscamos os
líderes da comunidade.
Equipe Wolff: Como é que o senhor atrai os líderes
para agir despreendidamente pela sociedade?
Edemorino Oliveira: A gente sempre fala do Leonismo
– o leão, ele é para trabalhar. A gente fica observando e a gente olha as
pessoas que têm o dom de se doar.
Equipe Wolff: Como é a característica desse líder?
Edemorino Oliveira: Ele é o líder nato, o
trabalhador.
Equipe Wolff: Como é o perfil desse líder? Como o
senhor percebe que esta pessoa gosta de se doar para o bem dos outros?
Edemorino Oliveira: Não existe um perfil. Existe o
perfil do Lions. Por exemplo, nós temos advogados, nós temos médicos,
engenheiros... E mesmo ele não sendo um leão de fato, registrado dentro da
nossa organização internacional, ele vive isso através de doações, do
desprendimento. Da caridade que ele faz. Esse é o verdadeiro perfil do Lions. O
nosso primeiro leão no mundo foi Jesus Cristo. Jesus Cristo deu tudo para o próximo
e sem cobrar nada em troca.
A EXPERIÊNCIA DE SER SOLIDÁRIO
Edemorino Oliveira: Um pouco mais de solidariedade.
Aqueles que tenham um pouco mais, possam doar para aqueles que precisam.
Equipe Wolff: O que o senhor quer dizer para eles?
Edemorino Oliveira: Que eles se juntem a uma causa.
Que eles não fiquem sozinhos. Sempre tem alguém precisando de um abraço, um
conforto, mesmo que não seja em aspecto monetário.
Equipe Wolff: Como o senhor sentiu esse
despertamento para voltar-se para o Lions?
Edemorino Oliveira: Engraçado, eu era leão e não
sabia. Sabe como é que é? Fui convidado várias vezes! E por várias vezes eu
disse “não”. Um dia fui de novo convidado e eu falei “O que é que eu vou fazer
nesta instituição? Bater palmas para essas pessoas que eu nem sei porque?”. Na
verdade, o espírito do Lions não é esse. O espírito do Lions é “Servir à
coletividade”. É servir ao necessitado.
Equipe Wolff: Quem foi esse amigo que lhe puxou para
o Lions?
Edemorino Oliveira: Quem foi “o meu padrinho” – como
a gente chama – Dr. Ruy Guimarães. Ele me fez o convite várias vezes, é sogro
do meu filho. E assim houve essa oportunidade para eu ingressar para o Lions.
Equipe Wolff: Qual foi a mudança que ocorreu na sua
vida desde que o senhor entrou para esta realidade?
Edemorino Oliveira: Uma transformação muito grande.
Porque a gente dando, a gente recebe. Então, quando a gente faz as campanhas
como nós fizemos agora... nós doamos 2 mil brinquedos no dia 12 de outubro, Dia
das Crianças. Nós já temos essa campanha há 10 anos! Já distribuímos 7 mil
brinquedos à coletividade carente. E um abraço, um sorriso da criança, não tem
como pagar! Esse é o nosso ideal.
Equipe Wolff: O senhor tem a família também
participando desse ideal?
Edemorino Oliveira: O mais importante do leonismo é
que a gente pede para que a família... quando a gente entra para o movimento,
que a gente traga a família. Muitas das vezes a gente não consegue. Mas na
minha família, eu sou muito privilegiado! Porque a minha mulher está dentro do
Lions, meu filho, meus netos. Cada um dentro de uma atividade. Minha mulher por
exemplo é coordenadora numa campanha internacional. Meu filho é meu diretor
social. A minha nora, ela faz parte ajudando meu filho na diretoria social. E o
meu neto será parte dos futuros leões, hoje sendo castores.
Equipe Wolff: Isso quer dizer o que?
Edemorino Oliveira: Isso quer dizer que ingressando
no Lions existe uma parte para crianças. Eles aprendem a doar. Assim como nós
doamos. É muito mais importante uma criança receber um abraço de uma criança,
do que uma criança receber de um adulto.
Equipe Wolff: Como é que vocês fazem o evento?
Edemorino Oliveira: A gente visita as comunidades
carentes, a gente vai no hospital, aonde estiver alguém precisando.
O LEÃO É LÍDER, A FAMÍLIA É UNIDA
Equipe Wolff: Como é que consegue fazer com crianças, para se interessar a participar?
Edemorino Oliveira: Isso é muito importante. Eu por
exemplo – fui chefe de escoteiros. O chefe de escoteiros tem uma facilidade de
conseguir os lobinhos. Os lobinhos são pequenos prestadores de serviços, do
melhor possível. Eles se tornam juniores do Sempre Alerta. E nos seniores, nós
servimos, está certo? E a minha família está totalmente ligada ao Lions.
Equipe Wolff: E o senhor acha que sua infância
interferiu em gostar e hoje estar aqui no Lions?
Edemorino Oliveira: Talvez isso seja nato. Leonismo,
ele é líder. Existe até conflito por sermos todos líderes.
Equipe Wolff: O senhor identifica na sua educação o
que lhe fez seguir rumo de liderança? O que é o determinante para ser líder?
Edemorino Oliveira: A família em primeiro lugar. A
família e a religião têm que estar presente na vida da pessoa. A família é o
alicerce de toda a vida de um homem. O alicerce de um homem sai de uma família.
Que é de onde se traz bons cidadãos. Esses bons cidadãos, ele representa isso
através de atos diante das pessoas que dele necessita. Porque? Porque somos
todos iguais. Então nós que tivemos a sorte de Deus de nos dar uma condição um
pouquinho melhor, nós temos que dividir um pouquinho.
Equipe Wolff: Qual a perspectiva de futuro?
Edemorino Oliveira: Eu acredito na juventude. Hoje
nós temos condições muito melhores do que tivemos no passado. Eu hoje estou
tendo uma condição muito melhor do que meu pai. Meu filho está tendo uma
condição muito melhor do que a minha.
Equipe Wolff: Em que sentido o senhor está falando?
Edemorino Oliveira: Na educação. No atendimento. Na
comunicação. No trazer o bem estar para todos.
Equipe Wolff: Como é que o senhor consegue com essa competição
de jogos eletrônicos, baladas, tirar os jovens desse tipo de ambiente e trazer
para este da solidariedade?
Edemorino Oliveira: Eu sempre digo uma coisa “Meu
filho não é meu filho. O meu filho é meu amigo”. Meu pai sempre dizia o
seguinte “O avô é um cavalo brabo que o filho amansa para o neto montar”. Isso
vem de berço. Na família unida, ela fica entrelaçada de uma tal maneira, que
nada de ruim consegue romper.
Equipe Wolff: Então o senhor nunca sente solidão?
Edemorino Oliveira: Graças a Deus não. Meu lema é
esse aqui “Viver intensamente cada dia”. Porque aos 16 anos eu estive um ano e
3 dias internado. E a morte chegou pra mim e me perguntou o seguinte “Posso te
levar?”. E eu falei “Dá pra esperar um pouquinho?” Estou com 64 anos, e ela
está esperando. Eu tinha um problema sério na perna, excesso de crescimento. E
eu cresci muito rápido. Eu morava em Angra dos Reis e vim pra Friburgo depois.
Hoje estou aqui. Eu conheço a minha esposa desde os 5 aninhos. Sou casado há 41
anos. Eu sempre digo que nós não nos beijávamos. Nós trocávamos chupeta. Ela
cresceu. Teve os namorados dela, rompeu, enfim... no final estamos aqui juntos.
Cada um teve sua formação. Ela se formou em psicologia. Um dia eu me formei em
contabilidade, depois me formei em advocacia. Hoje eu sou representante
comercial.
Equipe Wolff: Que empresa o senhor representa?
Edemorino Oliveira: Eu represento as fechaduras
Arouca. Eu sou dono da academia Paulo Ercum em Nova Friburgo. Nós temos também
uma escolinha do Mickey, atendemos crianças. E aqui a gente ajuda mais um
pouquinho.
Equipe Wolff: E quando é que aconteceu esse amor, de
se encontrar, de um olhar pro outro e se querer?
Edemorino Oliveira: Foi uma coisa até engraçada. Ela
namorava um amigo meu. E com o passar do tempo, um dia, numa época lá em Angra
dos Reis, meu amigo me falou “eu vou ao Rio, você toma conta da Ângela?”, eu
digo “Tomo!”. E estou tomando conta dela até hoje!
Comentários
Postar um comentário