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Entrevista exclusiva ao jornalista Reinaldo Wolff, AFI 253, MT
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THAÍS DELDUQUE PEDRETTI
Entrevista exclusiva ao jornalista Reinaldo Wolff, AFI 253, MT 27672
THAÍS DELDUQUE PEDRETTI
Ontem a minha filha de 4 anos chegou para mim, eu estava
fechando a loja, e ela me fez a pergunta: “Mamãe quando eu crescer eu vou
trabalhar com você?”
Aí eu falei: “Que seja a vontade de Deus”, porque se for o
que ela quiser e se estiver nos planos de Deus – que seja! Muito gosto! Você vê
que seu filho tem interesse de estar no seu ramo de trabalho – porque tudo é
muito suado! Se você trabalha bem! E tem outra! – você tem que fazer o que você
gosta, por amor! Eu penso assim – Eu poderia estar ganhando o que for – mas se
for para estar trabalhando em outro lugar – eu gosto dessa coisa do “público”,
entendeu? Você poder estar conversando. Igual vocês estão conversando agora
comigo. Vocês estão passando um pouco da experiência de vocês e eu vou passando
um pouco da minha experiência para vocês. Isso é gratificante. E não parece,
não. Mas eu sou tímida! A pessoa vindo a mim, eu tenho coragem de falar. Agora,
eu não serviria como vendedora externa, porque sou tímida.
Reinaldo Wolff: Cada pessoa tem dentro de si a sua vocação.
O importante é fazer o que gosta. Porque sente que é sua vocação.
Thaís Pedretti: Nossa! Com certeza!
Reinaldo Wolff: Como descobriu sua vocação?
Thaís Pedretti: Eu tinha 16 anos. Meu pai sempre se esforçou para me dar de
tudo. Do bom e do melhor. Ele sempre trabalhou muito. Muita coisa! Eu tinha 16
anos e falei que queria ter o meu dinheiro, eu queria poder comprar as minhas
coisas, você entende né? Tirar o: “Pai, eu quero isto”. É você ter orgulho,
entendeu? – de pagar o que você vai usar. Meu pai achou que eu fosse muito
nova. E eu disse a ele que então me desse a chance de estudar e ele me desse
algum serviço aqui para trabalhar com ele. E eu completei meus estudos. Cursei.
E vim trabalhar! Tinha serviços de banco. Eu fui tomando gosto. Tinha serviços
externos, enfim, entrei na parte administrativa. Entrei na parte de vendas.
Hoje eu procuro sempre fazer o meu melhor.
Reinaldo Wolff: O que lhe fez optar por este ramo de
atividades.
Thaís Pedretti: Bom... na época, o meu pai, por ser ferramenteiro e estar
trabalhando numa empresa que não estava indo muito bem houve aquela necessidade
de buscar um outro ramo. E ele fazia aparelhos. Fazia riscos de corte, na
época. Então, a gente montou um ferramental, uma oficina em casa mesmo. Aí veio
as necessidades do cliente – querer consertar um aparelho e querer adquirir um
produto. “Você trabalha com esse produto?”. E a gente começou a vender esses
produtos.
Reinaldo Wolff: Pelo o que eu soube, você já é a terceira
geração neste ramo.
Thaís Pedretti: Sim, meu avô era alfaiate.
Reinaldo Wolff: Você se sente realizada?
Thaís Pedretti: Sim, muito!
Reinaldo Wolff: O que é sucesso para você?
Thaís Pedretti: Sucesso para mim é trabalhar no que eu gosto. Lógico que eu
preciso de renda, também para me manter. Mas eu estou muito contente com o que
eu faço.
Reinaldo Wolff: E os planos de expansão?
Thaís Pedretti: Tenho bastante planos. Hoje o recurso financeiro ainda é
pouco! Mas eu pretendo um espaço maior para atender melhor meus clientes.
Pretendo mixar mais a quantidade e qualidade dos produtos. Diversificar. E
poder ter uma área um pouco melhor, até para atender melhor.
Reinaldo Wolff: Conte fatos pitorescos da sua vida. Como é
que seu pai conseguiu transmitir essa garra de vendas, essa coragem de fazer as
coisas, esse gosto pelos negócios? Quem foi que influiu mais, foi seu pai?
Thaís Pedretti: Meu avô faleceu, eu tinha 7 anos. Meu pai sempre me trouxe
muito orgulho. Meu pai sempre me ensinou a seguinte frase que eu vou levar para
toda a minha vida: “Faça o bem, não olhe a quem!”. No meu ramo de negócios, com
certeza isso influencia muito. Pelo trabalho digno que a gente tenta fazer.
Minha empresa é pequena mas a gente trabalha com a melhor qualidade possível.
Meu pai sempre teve essa garra para o trabalho. Trabalhava até as 10 da noite.
Eu me incentivava pelo exemplo dele. Ele trabalhando tanto, eu também queria
isto para mim. Para eu ter o orgulho de ter minhas coisas pelo meu próprio
esforço, meu trabalho, meu sangue, entendeu?
Reinaldo Wolff: É uma influência muito forte!
Thaís Pedretti: Muito! Muito mesmo! Eu via ele trabalhando e eu pensava “Eu
quero isto para mim também”. Por isso hoje é esse carinho que os clientes têm
comigo. Às vezes eles vêm aqui só para tomar um café comigo e conversar. Isso é
a coisa mais gratificante do mundo. Eu não tenho trabalho de marketing e faço
vendas. Qual é o mistério? É o boca a boca do meu cliente. É o meu cliente, o
meu amigo, que confia no meu trabalho e que passa o meu trabalho adiante.
Reinaldo Wolff: Tem uma dica para nossos leitores que querem
iniciar no ramo de confecção?
Thaís Pedretti: Em Friburgo todo mundo fala: “É o polo da moda íntima”. E às
vezes a pessoa fica preocupada em arriscar. “Ah! Tem muita confecção e eu vou
abrir mais um negócio!”. E o que eu digo: “Mais importante que a vontade de
vencer é a coragem de começar”. O inicial para o confeccionista pensar quando
começar o negócio, é o padrão de qualidade. Isso é o mais importante. Você tem
que ter um produto diferenciado para começar.
Em off:
Thaís Pedretti: Muito legal! Eu me senti muito lisonjeada. Nunca passei por esse momento.
Reinaldo: E que emoção é essa de contar sua experiência de vida?
Thaís Pedretti: Penso muita coisa de minha trajetória. Passa muita coisa na minha cabeça. Embora eu tenha apenas 24 anos, eu já vivi muita experiência nessa vida. E vem tudo. E hoje eu penso: “Gente! Eu cheguei até aqui!”. Hoje um cliente me ligou às 9hrs da manhã e me fez uma pergunta: “Bom dia! Hoje se você ganhar 500mil na loteria, o que você faz?”. E eu respondi: “500mil é muito dinheiro e ao mesmo tempo é pouco. Eu investiria na loja, no meu negócio”. Ele: “Ah! Mentira! – você não ia fazer nem uma viagem?”. Eu falei: “Meu negócio me traz o dinheiro para eu fazer a viagem!”. Portanto, a minha conclusão é que você tem que ter um trabalho. Você tem que ocupar sua mente. E não tem coisa mais gratificante do que estar com pessoas! Gente, é muito legal! As pessoas passam aqui e trazem informação, traz passado, traz conteúdo... tudo! Esse feedback é muito importante. E vocês, são daqui mesmo?
Reinaldo: De coração, sim.
Thaís Pedretti: A cidade aqui é muito gostosa.
Reinaldo: Nós moramos aqui em 78. Mas sempre gostamos daqui. Sua filha vai ver essa entrevista na internet.
Thaís Pedretti: Quero que minha filha sempre tenha orgulho de mim! Meu conceito de vida é fé. Dignidade. Ser sempre uma pessoa honesta!
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