Arquiteto e Artista Plástico Ary Paulo Resende em entrevista exclusiva a Equipe Wolff
Entramos todos juntos na sala espaçosa. Ele cumprimenta alegremente seu assessor. Nós nos aproximamos ao diálogo.
RW: Posso pegar esta cadeira? Ah! Obrigado pela gentileza... Em primeiro lugar é uma honra estar aqui em sua presença nesta entrevista. O nome completo do senhor?
Ary Paulo Resende.
RW: E como é o seu relacionamento com a política, e com as pessoas do Espírito Santo para o senhor?
RW: Certo.
RW: Conhecemos muito bem! O senhor deve conhecer uma história do meu pai na sua cidade.
Ary: É?
Ary: Na IBM do Rio... E fiquei 5 anos em São Paulo.
RW: Na Avenida São Luís?
Ary: Não. Foi naquele prédio grande da "Avenida 23".
RW: A Martha aos 15 anos de idade deu aulas de inglês na IBM.
RW: O senhor lembra que entrou uma jovenzinha para dar aulas para os diretores, na Avenida São Luís?
Ary: Ah, não lembro...
RW: Mas continue, por favor...
(Coincidência? Nesse momento ouve-se ao longe, um grito feliz de liberdade que só um menino de 5 anos pode ousar naqueles corredores silenciosos).
Mergulhado na emoção de lembrar ele prossegue:
RW: O senhor é leiloeiro, também/
RW: Deveria ser, pelo que o senho conhece de arte!
Ary: Nunca quis ser leiloeiro... então hoje eu tenho meu sustento é em "obra de arte". Tenho vínculo com a Rádio através do seu dono - que é o Edson Salgado de Oliveira, em que cuido do acervo dele.
Ary: Eu cuido do acervo dele, e com isso também ajudo aqui na Rádio, contribuo na parte comercial. E além disso, nós temos aqui dentro uma Galeria de grandes músicos - eles vêm nos visitar e na contrapartida...
RW: O senhor pinta?
Ary: Sim, eu pinto quadros e assim criamos essa galeria que é única no mundo, em termos de rádio!
Ary: E continuo nas obras de arte. Hoje eu sou um marchand, tenho vários clientes que só compram com a minha anuência! E faço catalogação das obras deles - faço a manutenção - e por aí!
RW: Mas é necessário ser um entusiasta para fazer tudo isto, não é? Mas chega a um determinado ponto - é orgânico isso - todos nós temos um limite, em que vai dando um certo cansaço e para continuar é necessário um entusiasmo muito grande! Como é que o senhor faz para ter esse entusiasmo?
RW: Parabéns!
Ary: E eu acho que o dia em que eu parar - eu morro! Então... Não quero isto. E como a arte me proporciona uma das coisas que eu mais gosto que é: aprender diariamente!
RW: Sim!
RW: Nós temos móveis do tempo do Império.
Ary: É? Então nossa história é essa aí.
RW: E como é que o senhor faz para conciliar o trabalho de marchand, com o de direção de uma rádio?
MW: Quem olha para ele não vê nada de "envelhecendo".
Ary: É, exato, é isso aí.
RW: E nossa mãe, escritora esteve em vários canais de televisão. Uma perceptiva extrassensorial, lembra-se dela?
Ary: hum, vagamente...

MW: Aqui é a foto de Ana Maria Wolff.
(ele aproxima melhor o óculos, vistoso, colorido)
RW: Seu óculos tem as cores da Alemanha!
Ary: É isso!
RW: Então é um prazer estar aqui na presença do senhor, nós teríamos apenas mais algumas perguntas, se nos permite? O senhor como alguém que é um "self-made-man" quais são as qualidades que o senhor vê em si mesmo e que lhe trouxe até o ponto em que o senhor chegou?
Ary: Eu vou voltar na "perseverança". Vou citar um fato muito interessante na minha vida, quando vim para o Rio de Janeiro, fui morar num subúrbio, chamado Santa Cruz. E o meu primeiro emprego foi: "contínuo", na Companhia Continental de Seguros. (a Continental não existe mais) E como sempre no primeiro emprego você traz uma marmitinha, em um envólucro de alumínio. Só que eu tinha 3 caixinhas de presente, em que eu só abria a "cabeça" dela e colocava a marmitinha lá dentro. Então todo dia eu vinha com um presente na mão, não uma marmita! Ao chegar na empresa, com o tempo eles repararam "esse diferencial" e alguns outros mais.... Foi quando a própria firma onde eu trabalhava me pôs como "contínuo da IBM"! E a própria IBM "me pescou", pelas minhas qualidades que atendia como contínuo.
Ary: É!
RW: A pessoa tem que ter uma alegria interior, que meu pai chamava de In-Theo (siasmo). Ou seja: Deus dentro de si! Quando o senhor tem esse potencial de Deus, tem o que é chamado de entusiasmo!
Ary: É verdade.
Ele descreve sua criatividade explicando-nos: Claro, esse violão (vejo no celular uma imagem perfeita de escultura) esse violão está coberto com barro - o cenário, o rosto é tudo feito em argila. Depois desse processo todo ele vai para o "bronze", não é? E ficam as esculturas prontas. Aí eu faço a escultura baseada nisso... Aqui já é uma outra escultura, que ainda está em face de confecção em que vou lhes mostrar à frente. (E vai girando as fotos do celular).
Ary: Isso é dom! Você escrever, fazer poesia, isso tudo vem de dentro de você como um dom. Só que você não conhece que tem esses dons! Eles vão brotando. Esse dom está dentro de mim, com o passar do tempo, quando eu fiz arquitetura, vi que eu tinha facilidade com as mãos, trabalho manual.
RW: Acredito que é o lado italiano do senhor... porque a minha esposa é italiana e é assim também habilidosa. Mais que o alemão, que é muito trabalhador. O italiano tem o dom da arte.
Ary: (Ele mostra uma cena e explica). Essa está em praça pública. É simplesmente um avião em escala.
MW: Belíssimo!
RW: Parabéns. Houve também uma estória que me faz deduzir que talvez esse piloto tenha morrido assim devido à forte emoção de uma "paixão recolhida". Porque houve o caso do Sargento Wolff, o senhor lembra?
RW: E que foi exatamente um "Amor recolhido" por uma índia...
(Aparece de súbito uma imagem no celular que é muito bonita):
Ary: Aqui as "Calça Diesil" pediu para fazer uma escultura de uma mão, em vez de fazer, mão normal, eu fiz uma mão normal só que eu facetei como se fosse um brilhante! Em vez de fazer lisa.
MW: Muito bonita a ideia.
Ary: Plenamente! Então é isso ... Aqui é o pano de fundo do meu celular do meu celular, é a escultura que eu fiz para Uberlândia. Ela tem 14 metros de altura e 18 metros de comprimento: São 3 alunos - toda a estrutura é segura só pela pontinha dos pés! Numa posição de corrida, segurando o diploma.
MW: Nossa, que lindo!
RW: Sua casa deve ser cheia de quadros e obras de arte.
Ary: A minha casa tem muita obra de arte. Na realidade eu moro num galpão! Em vez de fazer uma casa, eu fiz um galpão.
RW: Seu atelier de arte.
MW: É no Rio ou Niterói?
Ary: Aqui, num lugar chamado Itaboraí.
RW: Moramos lá, em Itaboraí.
Ary: Ali é o que me dá condições de eu ter cachorro, gato.
Ele é meu padrinho e não o vejo há muito tempo. Ele é muito amigo do meu pai e meu pai deseja o ver. Sabem me informar onde podemos encontrá-lo?
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