Mariluce Coelho em entrevista - parte 3

A vida é feita dessas surpresas. Uma pessoa simples, mas muito preparada, sorriso espontâneo, querida por seus alunos, colegas e amigos. A entrevista da prof. Mariluce já chegou "bombando na internet". Acompanhe aqui, e venha se emocionar junto nesse momento de expressão de amor e cuidado pela "nossa casa": A Terra!



Mariluce Coelho: Realmente a humanidade está a passos largos de... (ela não completa aquela ideia pessimista, mas tenta arrazoar) - porque não respeita! Veja só o caso deste vazamento recente, sobre aquela barragem – aquela lama tóxica! Foi a quilômetros, devastando tudo! E eu me questiono: "O que foi feito?" É aquela questão que nos atormenta: "O que foi feito depois? Com aquela biodiversidade toda que tem ali? E as famílias?" – Não se ouve falar disso: “E depois?”. É complicado! O ser humano é muito egoísta? Nessa questão de capitalismo – “o dinheiro” – parece que sim! São pessoas que esquecem que aqui é a "nossa casa": a Terra! A gente tem que cuidar muito!
RW: Percebo bem, é necessário esse “despertar da consciência” nas pessoas sobre esta questão da natureza.
Mariluce: Esse despertar tem que começar cedo, e nas escolas... na base! Com as crianças! Quando a criança fala – o pai se sensibiliza! Por exemplo, uma pessoa joga um papel no chão – e se na escola foi feito um trabalho de conscientização – e se o pai fez isso e o filho chama a atenção – aí ele já se sensibiliza! “É meu filho, uma parte de mim que me diz isso, então vou melhorar!” Assim é um trabalho de sensibilização! E que começa lá quase mesmo na alfabetização e jardim de infância. As crianças na escola já ter esse contato com assuntos que se relacionem com legumes, verduras, pra poder esse ser humano já ir criando essa consciência – e é desde a formação – de base! Porque depois, em outra fase mais adiante, o trabalho de conscientizar é mais árduo! Com as crianças, o efeito será de um “retorno mais rápido”.
RW: Ouvi dizer de algumas pessoas do governo que consideravam essa geração perdida – porque não tem como fazer a mudança deles – e sim o que será preciso “plantar para as novas gerações”, semear das ideias no sentido de se obter maior participação deles na sociedade. Entende que é assim?
Mariluce: Eu não digo “perdida”. Eu sempre creio que tudo pode ser mudado para melhor... Então, eu ousaria em tentar!
RW: Não necessariamente é esta a minha opinião – só ouvi que alguns políticos se referiram desse modo. (Eu penso, sim, há como mudar para melhor sempre!) O que eu vejo: há necessidade de uma restruturação, não importando denominação econômica e política - se é de esquerda, se é de direita. Na nossa opinião pessoal: extremismos não funciona. O que funciona é o bom senso. Para isto é necessário induzir na melhoria das pessoas, para um novo pensar! Então pergunto - e de que forma despertar a conscientização pela Natureza, na sua opinião como educadora?
Mariluce: Ah! Através de exemplos, não é? De muito “trabalho de extensão” – como a gente diz – é você, a cada dia, por pequenos detalhes – são, no final, conquistas grandes. Hoje as pessoas são desatentas, até desrespeitosas, não entendem isso tudo – ah! Terá de ser mesmo um: trabalho de formiguinha – essa conscientização pelo planeta. Então com extensão, no dia a dia, palestras, incentivos. No município que eu trabalhei no Rio de Janeiro – Costa Verde – (Seropédica a Santa Cruz) cada estabelecimento tinha lá um lugarzinho para recolher vasilhas pet. Há um ecoponto de pneu! Depende assim também da iniciativa daquelas pessoas que podem fazer alguma coisa em massa – que são as nossas representações políticas.

RW: Entendemos também a questão pelo “Religare” – de onde vem a palavra “religião” – de onde as pessoas têm um “ligar profundo com a Natureza, respeitando a Natureza, respeitando a Deus! E a partir daí, o respeito próprio, o respeito ao ambiente, à sociedade! Isso tudo tem como ser mostrado, não tem?
Mariluce: Com certeza! E vai ser um trabalho completo, porque tudo onde a gente coloca “Deus”, faz maravilhas!
RW: E que palavra de incentivo a senhora dá para quem quer iniciar estudos em Zootecnia, Agronomia, Medicina Veterinária e na área agrícola?
Mariluce: Gostar do que faz! Um diferencial – eu falo isso, por mim! Sou Zootecnista, e quando eu estava na Universidade Rural, meus colegas eram de outros Estados, interior – eles sempre estavam brincando comigo: “ah, você é Zootecnista pardal” (Zootecnista da cidade, não é?) E desde que eu me formei – 1999 – nunca fiquei desempregada. Sempre trabalhei na área de Zootecnia. Então eu digo: o primeiro passo é gostar do que faz! Se gosta do que faz - você vai fazer bem – você vai dar visibilidade do seu trabalho às pessoas. E... encarar seu trabalho com responsabilidade! Saber entender, tudo tem limitações. Respeitar. Ter ética! Mas acima de tudo: ter amor ao que faz! Eu amo muito o que faço!
RW: Penso que isto é extraordinário! Seus filhos têm vontade de seguir este seu ramo de trabalho, seu exemplo?
Mariluce: Ah! Minha filha tem 7 anos e fala: “Quero ser cientista!” (sorri, os olhos brilham, parece antever aquele futuro) Bem, em outra hora ela diz: “Quero ser chefe de cozinha!”. Meu filho é que ainda não tem nada muito definido, mas ele gosta de áreas que ganha-se muito dinheiro: games, jogos. Eu falo para ele: “Se é isto que você gosta... fazendo seu trabalho com amor, vai conseguir tudo!
RW: A Equipe Wolff sente-se honrada de estar na sua presença – agradecemos muitíssimo a sua entrevista!



Veja também o Canal Equipe Wolff:



Confira aqui também na entrevista de Ivan Jannotti o tema "A Natureza é o Corpo de Deus":

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