Consultório sentimental

Responde Anna Wolff, editora do caderno “Jornal da Mulher” (edição de domingo do Jornal da Serra de Nova Friburgo).

O caso de hoje é do jovem Alexandre, de SP, que num sério dilema conta-nos que:

“O dia que conheci Maria tudo mudou para mim.

Imagine que eu estava noivo, com data marcada para casar-me com outra... não tinha a menor vontade nem interesse por mais nada que não fosse a minha noiva, mas Maria com seu jeito sexy, deixou-me louco. E logo compreendi que tinha que desmanchar meu noivado. De repente o mundo era ela – Maria de minha vida. Maria que entrou no meu sangue, até o compasso de minha respiração parecia repetir o nome dela. Não que eu pensasse em casar-me com ela. Eu só queria tê-la, para tirar essa obsessão da minha cabeça. Mas foi pior, aí, então, é que tudo foi mais loucura. Minha mãe tentou trazer-me à razão, ela gostava muito da minha ex-noiva. Mas foi inútil. Estava totalmente envolvido nesta paixão arrebatadora por Maria. E logo ela ficou grávida. Resolvi, então, casar-me com ela. Nesse momento, pensa que ela queria? Não! Dizia que isso iria estragar o nosso amor. Mas... Foram oito meses de paixão, em que vivíamos inteiramente fora do mundo. Foi então que nasceu minha filha. Mas ela, Maria, se foi. A criança me foi dada em troca da vida de Maria. Senti horror de me afastar de meu amor. E nem quis ver a criança. Saí pelo mundo afora até a dor tornar-se amortecida. Minha mãe sempre com saudades minhas, escrevia-me. Resolvi voltar para vê-la. Minha ex-noiva, sempre amiga de minha mãe, com um sorriso doce foi novamente me trazendo à realidade da vida. Encontrei minha filha, com um ano e meio, é o retrato de Maria... cada vez que a vejo sorrir... vejo Maria em minha frente... seus olhos meigos.

Compreendi que devo lhe dar um lar e como nunca mais poderei me apaixonar, achei que devo me casar com minha ex-noiva... mas ela sempre diz – que minha filha deve ficar com mamãe, que a adora. Eu entendo: se eu me senti daquele jeito, o que fará ela? Mas como vou fazê-la entender que quero me casar para dar à Mariazinha a mãe que não conheceu? Um homem não pode ficar assim sozinho! Não acha?”

 

Resposta de Anna Wolff:

“Alexandre, você continua apaixonado por Maria. E casar-se com sua ex-noiva, vai ser injusto para ambos. Só o amor constrói. Por que você não pode ficar com a solidão que tem? Casar-se novamente vai acentuar sua solidão, pois será solidão a dois. Uma mulher não vai querer um lar para ser mãe da filha da rival... A vida tem outros prazeres. E um deles é criar sua filha num ambiente calmo, rodeado do seu amor e o amor de sua mãe. Sua solidão só irá sumir quando você amar novamente. Tenha fé no seu futuro, Alexandre...”

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Se Alexandre fosse um homem com um tipo de vida comum, contaria sua história assim, para pedir um conselho de amor? Mas ele era o todo poderoso herdeiro de um império financeiro. Sua noiva, pertencente à alta sociedade, família quatrocentona de São Paulo. Herdeira de um conglomerado financeiro. E Maria? Sua mais acirrada concorrente no mundo dos negócios – de supermercados. Esta trama intrincada entre negócios, traições, romance, sexo voraz e todo o modo de vida típico da sociedade rica brasileira na década de 70. Será que os dilemas de amor, paixão e negócios aproximam fortunas? Ou afastam o verdadeiro amor? Ler a novela Maria, de Anna Wolff, nos leva à curiosidade de entender este retrato perfeito da era pré-internet e o modo de pensar de nossa sociedade. Compreender e quem sabe rever e recuperar algo de bom que ficou para trás, nessas mudanças drásticas de comportamento dos jovens. E por que não, também dos mais adultos - diante de suas escolhas. Esses dilemas são para considerações após a leitura de “Maria”, da escritora Anna Wolff, uma história de amor alucinante... sem fim!

Leia o livro: Maria, novela e contos. (em fase de pré-lançamento)

Disponível em: equipewolff@gmail.com

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