VALORIZAÇÃO DA ENGENHARIA - CRESCIMENTO DE ITABORAÍ
Engenheira Suellen Tioko Nakamura Bongatti
Entrevista exclusiva ao Jornalista Reinaldo Wolff
"Foi uma epopéia.
Foi assim: eu estava na minha empresa - legal! Meu sonho! Aquele prédio
arranha-céu, maravilhoso... Eu tinha uma mesa para mim. Trabalhava com
contratos ótimos. Perfeito! Todo dia de social - eu tinha mil reuniões. E eu
tinha praticamente acabado de me formar! Para mim, era o serviço dos meus
sonhos. E eu só pensando que dali em diante só para cima, para melhor. Só
que... eu ganhava, na época, o piso salarial de engenharia. E coincidentemente,
o engenheiro Fábio também estava trabalhando, recém formado. E aí uma empresa
achou o currículo do engenheiro Fábio na empresa que seleciona currículos. Só
que isto ele já tinha colocado há muito tempo. Eu não posso entender como eles
foram achar o currículo dele! Ele recebeu um telefonema desta empresa e
respondeu 'Não. Eu já estou trabalhando. Não quero saber nada, estou satisfeito
aonde estou. Obrigado. Tchau', desligou. Passou um tempo. De repente em casa,
ele pensou 'Acho que eu vou ligar - vai que a proposta do cara é boa! Eu já
estou ganhando bem, mas vai que a proposta é melhor?' Aí ligou, marcou uma
reunião. E o cara disse - eu preciso de três engenheiros para Itaboraí. Eu
tenho uma obra, e assim, assado... Era o COMPERJ. Petrobrás. Pólo Petroquímico
não sei o que, não sei o que - isso foi comecinho de novembro de 2010. Aí o
engenheiro Fábio me ligou 'tenho um emprego e estou precisando de mais dois engenheiros,
você topa? É para Itaboraí. Vão pagar X' (era mais do que o piso). Eu falei:
Topo! - na verdade nem pensei no dinheiro. Perguntei: 'Para quem é?' -
'Petrobrás' (Geeenteee!! Você trabalhar para a Petrobrás depois, aí você
trabalha para qualquer empresa do país. Para meu currículo, isso é a melhor
coisa que pode me acontecer!). Aí ligou para outro colega da faculdade. Ele
respondeu logo 'Eu estou dentro'. Dia 13 de novembro de 2010, nós fomos
contratados. Os três. Aí não tinha nem tempo de ver o projeto nem nada. Dia 25
de novembro eu estava em Itaboraí. Larguei tudo e vim. Alugamos os três
apartamentos na rua da Delegacia. A gente não tinha tempo nem de respirar, para
falar a verdade! Saía de manhã cedo e chegava de noite. Doze meses de obra - corridos.
E foi isso! Quando a obra acabou nós vimos que Itaboraí estava crescendo. Disse
para meus colegas - 'Estamos no lugar certo, na hora certa! Vamos colocar
alguma coisa boa em Itaboraí'. Qual era a ideia? No início seria abrir a
empresa em São Paulo. Mas em São Paulo você é só mais um. E o engenheiro Fábio
me perguntava 'E aí? Abro a firma? Ou não abro a firma?' Eu respondi 'Cara, se
tem que abrir uma firma é agora! Se não der certo a gente ainda tem condições
de arrumar um emprego em algum lugar! Se a gente for esperar para abrir a firma
daqui a dez anos - vai faltar coragem - vai faltar decisão. Se é para ter
empresa, é agora'. E minha mãe ficou meio indecisa, falou 'Ah, é perigoso abrir
uma empresa' - Ah, ainda falou não sei mais o que... Eu falei para ela 'Eu não
tenho filhos, eu não sou casada, é agora! Se não der certo eu procuro um
emprego - ainda dará para correr atrás de um emprego'
Graças a Deus, hoje eu não vejo nada sair negativo. Está indo tudo muito
bem! A oportunidade está aí mesmo. Vejo tudo muito bem positivo"
Reinaldo Wolff: A rotina pode minar o entusiasmo inicial da profissão?
Suellen Bongatti: Trabalhar com engenharia civil em obras é muito é
muito difícil perder o entusiasmo, uma vez que ao iniciarmos uma obra, só
pensamos e imaginamos sua finalização. É justamente essa busca que não nos
deixa cair numa rotina. Uma vez que você goste daquilo que faz, por mais que
caia na rotina - pelo menos na minha área profissional - que é obra, é muito
difícil rotina. Porque enquanto você não concluir, que não está pronto, você
não cai numa rotina. Você sempre quer terminar. A ansiedade fica mais forte.
Reinaldo Wolff: Como manter acesa a chama do ideal, além do aspecto financeiro? Você acredita que um ideal sobreviva sem realização financeira?
Reinaldo Wolff: Como manter acesa a chama do ideal, além do aspecto financeiro? Você acredita que um ideal sobreviva sem realização financeira?
Suellen Bongatti: Eu acredito que sim. Hoje a gente busca a realização.
Eu hoje não penso em ter um iate, uma mansão. Hoje, o que a gente procura é
viver bem. É você conseguir pagar suas contas, não é? Que eu acho, isto é o que
todo mundo procura. Enfim - lucrar o suficiente para você conseguir pagar suas
contas e se divertir um pouco... nada de exagerado.
Reinaldo Wolff: Que mensagem você passa para os demais colegas
engenheiros? E para os ainda estudantes?
Suellen Bongatti: Que engenheiro civil tem que gostar muito do que faz.
Não só para engenheiro, mas para qualquer profissão. Você nunca vai ser um bom
engenheiro se você realmente não amar sua profissão. É muito difícil: você se
envolve demais, você precisa se envolver. Você até acaba abrindo mão de muita
coisa na sua vida, pela profissão, entendeu? Você não consegue sair, enfim,
trabalha todos os finais de semana. Então, tem que amar muito a profissão para
poder se dedicar.
Reinaldo Wolff: Como foi sua infância? O que despertou a vontade de seguir a atual profissão e se tornar o que é hoje?
Suellen Bongatti: Eu sempre gostei - desde criança, gostava de desenhar
muito. E não sei porque eu sempre gostei de ficar construindo coisinhas, em vez
de brincar muito com boneca. Eu sempre gostei de montagens de peças, de lógica.
Então, no segundo grau, você começa a ver suas afinidades, quais matérias você
tem mais afinidade. Era a matemática, a parte de exatas. Eu comecei a pesquisar
sobre a profissão até chegar a conclusão que era o que eu queria fazer realmente.
Reinaldo Wolff: Que oportunidades melhores podem ser avaliadas dentro da
atual conjuntura de desenvolvimento na cidade, e as que de pior podem ser
evitadas – na sua opinião?
Suellen Bongatti: Vamos falar de Itaboraí, entendi! Eu acho que é assim:
Itaboraí hoje tem um crescimento desgovernado. Descontrolado. Não foi planejado
esse crescimento. Pelo menos o mínimo poderia ter sido planejado... Ou planejar
enquanto ainda é tempo. Saneamento básico, a questão da saúde. São coisas
básicas para poder sobreviver, não é? Não precisa ser para dizer que é
"viver bem". Isso é um ponto que é importante. Um foco muito
importante. Hoje você em Itaboraí tem o que? É ano de eleição. Porque as
pessoas vão trabalhar no saneamento básico, na infraestrutura, se você não
enxerga essa obra? Manilha fica enterrada - então ninguém sabe o que foi feito
e o que não foi feito. Agora - asfalto aparece. Então o pessoal vai asfaltando
e o que vai ocorrer? Um escoamento de água absurdo. A parte baixa vai alagar.
Mas claro, como eles não podem fazer isso, hoje eles asfaltam. E depois tem que
fazer de novo com a parte da infraestrutura. No futuro é o que vai ter que
acontecer. Se não, vai entrar em colapso.
Reinaldo Wolff: O Niemayer esteve em contato aqui com o prefeito. Talvez
tenha feito projetos para a prefeitura.
Suellen Bongatti: Não acho. Itaboraí hoje não precisa disto. Itaboraí
hoje precisa de uma logística, uma organização. E obras básicas. Não precisa
florear com estética, a gente precisa do básico.
Reinaldo Wolff: E quanto a sua vida pessoal, o local onde vive é recompensador do desgaste diário da profissão?
Suellen Bongatti: É. Olha, vindo daonde eu vim... uma capital maluca, que você pega trânsito, que você não vive, você leva horas para chegar em casa!
Reinaldo Wolff: Conseguiu fazer novos amigos, ou o excesso do trabalho leva ao isolamento?
Suellen Bongatti: Consegui. Olha, hãm... Acaba levando um pouco ao
isolamento. Porém as pessoas que a gente convive nesse tipo de trabalho - você
acaba tendo uma amizade, não é? Com o dono da loja de material de construção,
com a pessoa que fornece quentinha, você acaba tendo um relacionamento um pouco
maior, você acaba tendo como nossos colegas, e deles alguns se tornam
amigos.
Reinaldo Wolff: Que planos faz para o futuro?
Suellen Bongatti: Hoje eu foco muito na minha empresa, não é? Foi muito
difícil montar uma empresa. Ela tem pouco tempo, um ano. Mas mesmo em um ano,
foi muito difícil ela ficar com as portas abertas! E está aqui hoje
funcionando, trabalhando, as pessoas vindo e procurando para fazer obras, para
reformas. É continuar, se eu puder fazer crescer a minha empresa. Dentro do
possível - eu também não quero abraçar o mundo. É basicamente isso! E tentar
crescer profissionalmente aqui em Itaboraí!
Reinaldo Wolff: Você está feliz com a atual oportunidade que estão tendo? Sente falta do convívio da família?
Reinaldo Wolff: Você está feliz com a atual oportunidade que estão tendo? Sente falta do convívio da família?
Suellen Bongatti: Eu estou muito feliz com a oportunidade. Faria tudo de
novo! Se eu tivesse oportunidade três vezes, eu faria tudo de novo. Sentir
falta, a gente sente, mas é para um crescimento. Eu acho que vai trazer
felicidade para todos. Pois a ideia de trabalhar e progredir e alcançar os bens
materiais, no fundo é também para ajudar a família.
Reinaldo Wolff: O que os seus parentes japoneses acham da oportunidade
de Itaboraí? Eles têm planos de vir pra cá?
Suellen Bongatti: Têm. Minha mãe ama o Rio de Janeiro, meu cunhado -
eles querem sair dessa loucura de São Paulo, sabe? Selva de Pedra. Eles querem
vir para cá, porque aqui realmente tem qualidade de vida. Aqui é muito melhor
do que lá, com certeza!
Reinaldo Wolff: E os parentes do Japão, querem vir para cá?
Suellen Bongatti: Eu tenho poucos parentes no Japão, e não tenho muito
contato com eles.
Reinaldo Wolff: Tendo como experiência questões muito preocupantes como
ocorreram no Japão, que troca de ideias vocês podem sugerir para evitar
calamidades em Itaboraí?
Suellen Bongatti: Então, Itaboraí já
está complicada mesmo sem catástrofe natural. Mas eu acredito, não tem nenhum
tipo de problema. A questão do COMPERJ, pelo que se sabe, se acontecer algo
ali, a área que tem que ser isolada é a partir de São Gonçalo, pra lá ainda.
Solução não tem. Se ocorrer um problema, este aspecto de prevenção, é lá com
eles. Estão fazendo tudo voltado para as questões sustentáveis, questões
ambientais, tudo. É diferente do que tudo que já se fez antes. E isto pesa
muito. E tem muita fiscalização em cima disso.
Reinaldo Wolff: Acha que eles devem se preocupar com as questões de
segurança?
Suellen Bongatti: Pelo que eu conheço do COMPERJ, eles já se preocupam o suficiente com esse tipo de problema - pelo padrão que eu vejo de Petrobrás, lá dentro eles estão pensando em tudo. E além.
Suellen Bongatti: Pelo que eu conheço do COMPERJ, eles já se preocupam o suficiente com esse tipo de problema - pelo padrão que eu vejo de Petrobrás, lá dentro eles estão pensando em tudo. E além.
Reinaldo Wolff: Consegue manter as suas tradições japonesas? E como
assimila a cultura alemã do seu sócio?
Suellen Bongatti: Não. Interessante. Somos brasileiros.
Suellen Bongatti: Não. Interessante. Somos brasileiros.
Reinaldo Wolff: Vocês estão felizes em Itaboraí?
Suellen Bongatti: Estou. Estou muito feliz. Quando eu vim para Itaboraí,
eu falava todo mês "Vou para São Paulo, não vou ficar em Itaboraí".
Eu passei minha vida inteira em São Paulo! Meus amigos, minha vida! A
modernidade de São Paulo... Eu devo estar louca! É tudo. Teatro. A questão
cultural. Diversão. Tudo muda! Mas eu me adaptei. Eu sinto muita falta, não vou
negar. Fui passar em São Paulo uns dias. Meu Deus, nossa! Fui pra restaurante,
saí, sabe? - É outro mundo. Mas eu gosto. Hoje eu me acostumei com Itaboraí. Se
eu sinto falta de alguma coisa, vou pra Niterói num restaurante legal, vou para
Rio de Janeiro num barzinho...
Reinaldo Wolff: Você gostaria de dizer algo que é seu modo de pensar?
Suellen Bongatti: Profissionalmente falando, que é meu foco principal. É
uma dica, assim. Porque eu conheço muitas pessoas que hoje têm medo de montar
uma empresa. Acham que é um risco muito grande, aquela coisa de funcionários.
Para quem está na dúvida de montar alguma coisa empresarial, penso que
"tem que arriscar. Tem que correr atrás".
Se você realmente gosta do que faz - você vai crescer. Você vai crescer
profissionalmente, as pessoas vão reconhecer isto. O essencial é você gostar
muito do que faz. Vai chegar num ponto que não é você que vai fazer propaganda
dos seus serviços... As pessoas já procuram você. Graças a Deus, começou a
melhorar!
----------------------------------------------------------------------------------
Em off:
Ela diz "Eu agradeço tudo isto! Agradeço a Equipe Wolff. Eu gostei muito! Adorei" //
----------------------------------------------------------------------------------
Fotos atuais de Itaboraí:
Percepção - Ciência para acordar o Milênio © Ana Maria Wolff
Os códigos emocionais presentes na natureza, e que se referem à Suellen Bongatti, descrito no livro Percepção © Ana Maria Wolff correspondem a:
Os problemas que se apresentarem, só ocorrem se não houver o uso de
qualidades, tais como iniciativa, aguda observação dos fatos.
Achar a solução também significa: evitar as fofocas. Não decidir com
base em comentário de outras pessoas. Este é o ponto que irrita, traz
impulsividade.
A disposição amável, a bondade, vão afastar de seu panorama mental
qualquer questão que se apresentar que possa significar deslealdade.
E o resultado que se apresenta relaciona-se a aspectos de riqueza. //
MW.
Quando a pessoa tem talento extrasensorial, genialidade ou paranormalidade, tem que ser valorizada pelo seu talento. Não se pode achar que todo mundo esteja com intenções maléficas.
Quando a pessoa tem talento extrasensorial, genialidade ou paranormalidade, tem que ser valorizada pelo seu talento. Não se pode achar que todo mundo esteja com intenções maléficas.
Essas pessoas que tem esses talentos, pessoa com essa qualidade ESP, têm
que transmitir algo para nosso bem. É inteligente da nossa parte ouvir estas
pessoas, e tirar conclusões para aquilo que é importante saber; para o bem de
todos, para a evolução, para sermos mais felizes. Saber dar ouvidos a quem
merece. Portanto é muito importante não confundir o joio do trigo (porque nem
todos merecem). Mas aquele ou aqueles que merecem, devemos ouvir. Porque o que
vem do bem, vem diretamente de Deus.
Se vem de Deus é para o bem. Por isso não devemos vedar os ouvidos para a mensagem da pessoa com dom extrasensorial ou que vem da pessoa que tem genialidade. // Reinaldo Wolff.
Entrevista realizada no dia: 28/06/2012
Digitação: Vitória Wolff
Edição e fotos: Arthur Wolff
Última foto por Martha Wolff
Se vem de Deus é para o bem. Por isso não devemos vedar os ouvidos para a mensagem da pessoa com dom extrasensorial ou que vem da pessoa que tem genialidade. // Reinaldo Wolff.
Entrevista realizada no dia: 28/06/2012
Digitação: Vitória Wolff
Edição e fotos: Arthur Wolff
Última foto por Martha Wolff
Comentários
Postar um comentário