Idoso não é velho - Vamos todos viver mais de cem anos?

OS CENTENÁRIOS

Nos anos 80, o Patriarca Wolff - entusiasmado com suas descobertas filosóficas, percebeu uma verdade - "o ser humano tem condições de viver mais de cem anos". (Ele quis dizer - "Este é o normal".)
O repórter desavisado, ouviu aquilo e redigiu uma página inteira de entrevista no jornal A Gazeta... Mas com escarnio subentendido, num texto obscuro. Aquilo marcou em minha memória por dois fatores - a descrença diante dos temas futuristas e o impacto de uma verdade que na época até parecia impossível.
Quase vinte anos depois, com prazer abri uma revista Newsweek, e ali estava uma extensa pesquisa provando "os americanos esperam viver bem até os cem anos".
Hoje encontrei por acaso esta página entre meus arquivos e aqui estou meditando sobre este tema controvertido: é possível manter uma vida saudável, viver bem até os cem anos?
Domingo de sol, dezembro, semana de confraternizações, festas, festejos. Música de todos os sons, nordestinas, sertanejas, black music, rock pesado... No ar: alquimia tonal. É Natal no Rio de Janeiro de 2014. Fomos convidados para uma festa de confraternização. Pela primeira vez que participo deste tipo de celebrações na região de Itaboraí: Churrasco preparado embaixo de uma frondosa mangueira, céu muito azul, brisa soprando, todos alegres, cerveja, coca-cola, salada de feijão com bacalhau e azeitonas, farofa e arroz soltinho fumegando. (Para paulista parece inverossímil, mas acredite: uma delícia!) De repente chega mais um grupo carregando a geladeira com latas de cerveja. É um símbolo de festa carioca.
Meu pai era especialista em fazer licor. O licor de pitanga, inesquecível! O licor de rosas, parecia néctar dos deuses! Em um Natal estávamos ao redor de uma linda mesa de iguarias, e todos já tontos com a repetição da bebida. Na hora de celebrar, confraternizar, todos já estavam de faces vermelhas,  rindo alto - isto mesmo - todos "altos, da bebida. Neste momento nossa mãe decidiu (sabe o que é decisão de mãe!) "No próximo Natal, não vamos mais ter nenhuma bebida alcoólica em nossa festa!". E assim firmamos o pacto entre nós da família Wolff - nunca mais tomamos um só gole de qualquer tipo de bebida alcoólica.
O que resultou? Não temos pressão alta, diabetes, ou qualquer destes "transtornos de idade", que infelicitam quem quer ter vida longa e com plena saúde! Releio a revista americana
"Até recentemente havia tanta preocupação de estudar a doença que pouco trabalho de pesquisa era dedicado às características que permitem as pessoas viver bem" afirma o geriatra John Rowe, à revista Newsweek. É coordenador de estudos sobre o envelhecimento da Fundação Mac Arthur. Ele diz: " O modo como envelhecemos depende menos de quem nós somos, do que do modo como vivemos, o que comemos, quanto exercício fazemos, ou como usamos nosso cérebro".
Até a década de 70 se acreditava que exercício era perigoso para quem  tinha mais de 60 anos. Em seu estudo de 1996 Ralph Paffenbarger, Universidade da Pensilvânia, inovou ao comprovar o conceito: fazer exercícios diminui o risco de doenças do coração. E que exercícios faz bem até para quem começa tarde. 
A seguir os estudos de Dean Ornish, cardiologista famoso de São Francisco demonstrou: dieta de pouco teor de gordura, pouco sal e muitos nutrientes naturais, previne males cardíacos.
Então percebe-se que toda esta "mentalidade natural" vem de estudos relativamente recentes. " A hipertensão não é parte inevitável do envelhecimento" diz Boyd Eaton, cardiologista de Atlanta, autor de livros sobre nutrição e doenças crônicas. Ele diz: "Sociedades pré-industriais, populações que vivem na África, Amazonas, não apresentam alta incidência de alteração de pressão arterial. E a razão é simples: eles não comem tantos alimentos industrializados". E comprova - mudança na dieta pode evitar a incidência de pressão alta na velhice.
O que torna a comida industrializada tão prejudicial?
O sal está presente em todas as fases de processamento dos alimentos industrializados. A maioria das pessoas consome mais sal do que potássio.
"O envelhecimento também é uma questão psicológica: a solidão pode apressar a morte" diz Robert Kahn, psicólogo da Universidade de Michigan. E associa "o amadurecimento saudável ao estímulo mental". E demonstra que a atividade mental preserva tanto a mente quanto ao sistema imunológico avalia Gene Cohen, chefe de gerontologia da Universidade George Washington.
Um brinde ao estudo de meu pai - que pela filosofia percebeu, "é o normal do ser humano ter vida longa". Basta manter-se em contato com a natureza, ser feliz e se manter ativo, com bons hábitos de alimentação. E amar!

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