Equipe Wolff entrevista Elson Falcão
Uma
pessoa simples, espontânea. Apresenta suas convicções com clareza. E revela a
surpreendente realidade da COMPERJ, já acontecendo hoje.
Reinaldo
Wolff: O que o senhor acha que é o sucesso?
Elson
Falcão: É algo alcançado. Algo que a pessoa almeja. O verdadeiro sucesso é ter
saúde. E o meu sucesso depende de “saber conservar o que tem”. Falar e realizar
aquilo que pensa. Sou Assistente Técnico do Consórcio TUC.
Reinaldo
Wolff: Elson, como a empresa que o senhor trabalha vê o futuro a partir de
hoje, aqui na cidade de Itaboraí, aqui nesta área de Petróleo?
Elson
Falcão: Essa pergunta é para mim ou para a minha empresa?
Reinaldo
Wolff: Em relação ao trabalho do senhor e o “Petróleo”. O futuro aqui de
Itaboraí existe?
Elson
Falcão: Existe e é muito bom! Nós, no Consórcio TUC, encaramos isso com muita
seriedade e com muita perspectiva. E pensamos que num futuro próximo haverá
talvez uma transformação aqui na região, nas pessoas. E a gente entende que a
cidade não foi preparada para receber uma estrutura que é o Complexo que está
sendo instalado. E da forma como está sendo feito. O Complexo é uma coisa muito
grande. Está vindo gente de fora, de todo o país para trabalhar aqui! E na região,
aqui, não tem mão de obra, pessoas preparadas. A gente percebe que estão sendo
preparados ainda... O que eu lamento, é o que eu tenho observado, é que muita
gente aqui da região, muitas vezes não tem oportunidade... Porque o Consórcio
acaba buscando pessoas qualificadas, de outra região nas funções que a Empresa
precisa.
Muitas vezes deixa de pegar pessoas daqui, porque, as pessoas aqui, não
estão preparadas!
Reinaldo
Wolff: O senhor acredita que possa ocorrer dano ao meio ambiente? Ou controlarão
direito a situação?
Elson
Falcão: Olha o Consórcio TUC pegou uma obra que é a geração de vapor, geração
de energia, e tratamento de efluente. Vai tratar todos os resíduos! O sistema
de obra que nós pegamos - os resíduos, a água que vai ser utilizada... Estão
trabalhando de forma que a gente percebe, é uma coisa nova e jamais vista em
outros modelos de indústria, criada até hoje! Por exemplo, a água usada no
sistema, ela é reutilizada e tratada. De forma que agressão ao meio ambiente -
eu acredito - zero! É difícil falar “zero” - mas é bem próximo disso!
MW:
Que notícia boa, hein!
Reinaldo
Wolff: Quais são as perspectivas de futuro que se vê em relação a esse
complexo?
Elson
Falcão: Ora, a perspectiva é muito boa, muito boa! Não vai ser tão rápido,
porque o Complexo é muito amplo. A área que nós estamos construindo é a previsão
de contrato até julho do ano que vem. E vai vir outras empresas. Está previsto
vir para outras instalações, empresas como a Braskem e outras mais, para formar
esse Complexo. A gente entende que o projeto é a longo prazo. E a perspectiva é
muito boa mesmo! Excelente para as pessoas da região! Eu conheço Macaé - eu vi
que Macaé foi um pouco agredida com os benefícios do Petróleo. E as pessoas
nativas da região foram muito prejudicadas, porque o custo de vida acaba
subindo e as pessoas - o poder aquisitivo das pessoas do lugar - era o mesmo!
MW:
E aqui vai ser diferente?
Elson
Falcão: Aqui vai ser diferente! Infelizmente não são todos que estão se
preparando para caminhar junto com esse progresso. Porque a gente percebe que
algumas pessoas estão um pouco acomodadas, não procuram fazer um curso, e se
especializam, não buscam uma oportunidade, entendeu? Agora para aqueles que
desejam caminhar junto ao crescimento, esses vão ser bem sucedidos.
Reinaldo
Wolff: O que o senhor acha que poderiam mudar para melhor, além do que já estão
fazendo?
Elson
Falcão: Hoje eu vejo que a cidade em si - ela deveria, eu até entendo que ela não
foi preparada, e tal. Nós estamos aqui no centro de Itaboraí, aí eu observo
pessoas, às vezes caminhando nas calçadas, umas calçadas irregulares, calçadas
não preparadas ainda. Poderia ter uma pista de bicicleta para as pessoas
caminharem, até como uma forma de lazer. Eu gosto muito de caminhar, mas aqui não
dá prazer de fazer isso. Como eu moro em Vitória (ES) eu faço isso lá, quando
eu vou lá... Na beira do mar tem umas calçadas, em Vila Velha, com pistas para
bicicleta. Então eu acho que, no futuro aqui vai haver isso. Acho que os
recursos financeiros não atingiu a quantidade necessária, e não deu condições
de a Prefeitura agir. Porque se a Prefeitura fizesse isso, seria muito bom! E
acho também que a Petrobrás poderia dar um incentivo a mais à prefeitura para
fazer isso, para beneficiar as pessoas que estão por aqui!
Reinaldo
Wolff: Está gostando de Itaboraí?
Elson
Falcão: Eu estou gostando, estou gostando sim. Eu trabalhei há um ano,
retrasado - nós trabalhamos lá em Triunfo - Porto Alegre. E no ano passado nós
terminamos uma instalação lá em Maceió. Uma instalação da Braskem. Lá realmente
é uma maravilha - dá até uma saudade de lá.
Reinaldo
Wolff: Que memórias o senhor guardou desses lugares - o que foi mais marcante -
de cada um deles?
Elson
Falcão: Olha, eu trabalho nessa área desde 1977. Comecei no Rio. Eu viajei o
Brasil todo!
Elson
Falcão: É. Então, cada período num local diferente. E a minha família sempre
fixada em Vitória. Eu trabalhei em Belém do Para... Morei em Abaetetuba - uma
cidadezinha bem precária. O povo dali da região era um povo descendente de índio.
Então era um povo difícil da gente se adaptar com os costumes e maneira deles
viverem. Porém uma coisa muito grandiosa, que eu vi ali neles foi o seguinte:
eles tratavam muito bem as pessoas que vinham de fora. Porque para eles, era um
orgulho muito grande receber as pessoas de fora - que eles sabiam que é quem
vai gastar no comércio, vai passear no meio deles... Às vezes havia briga,
alguma discussão, algum desentendimento - mas entre eles! Nunca com alguém de
fora... Nós fomos muito bem tratados todo o tempo que estivemos lá. Ao longo de
toda a minha vida - o que sempre me marcou, eu acho, que é o sucesso! De onde
eu vou - na empresa, as pessoas que eu conheço... Os ambientes novos que a
gente vai cada vez conhecendo novos lugares.
MW:
Gostou do Rio Grande do Sul?
Elson
Falcão: Gostei! Gostei muito! Porque eu tinha medo de frio.
MW:
Eu também tenho!
Elson
Falcão: Eu tinha medo - mas vi que é possível! É possível a gente conviver com
o frio. Eu trabalhei à noite um certo período lá. E chegava a 5 graus... E eu
vi que é possível a gente agüentar o frio. É só estar preparado! Eu pensava que
é o povo de lá que tinha o hábito do frio, e que era preparado para isto! Mas
vi que qualquer um - qualquer um aguenta o frio! Desde que se prepare, e se
agasalhe direitinho.
MW:
E saindo do Sul, o senhor foi para o Nordeste?
Elson
Falcão: Fui para o Nordeste. É totalmente diferente, né?
MW:
E como foi essa experiência?
Elson
Falcão: Olha, saindo do sul eu passei 2 meses em casa com a família e tal...
Praticamente, a gente vai esquecendo um pouquinho de onde a gente foi, e já vai
se preparando para o novo local. Mas a diferença de clima é muito grande!
Reinaldo
Wolff: Como o senhor vê no futuro em relação à empresa e o seu próprio futuro?
Elson
Falcão: Olha, eu me vejo o seguinte... Eu estou com 55 anos de idade. Eu tenho
uma família que... Graças a Deus, meu filho é casado. Minha filha está noiva, e
no ano que vem ela pretende se casar. Eu, de repente, não me vejo muito tempo
atuando na área que estou próximo de me aposentar. De repente, ficar próximo da
minha esposa, porque ela não está comigo aqui porque ela prefere estar próximo
dos filhos. E com isso a gente acaba vivendo um pouco “à distância”... Tenho
saudade, tenho necessidade de estar junto. Então isso aí não é muito bom - essa
distância toda. Mas eu agradeço a Deus pela oportunidade que a cada dia Deus
nos dá!
MW:
Isso é muito bom!
Elson
Falcão: Entendeu? Deus nos dá!
Reinaldo
Wolff: O que o senhor passa de otimismo para a região de Itaboraí e toda a região
que abrange a COMPERJ?
Elson
Falcão: Com certeza, se eu tenho oportunidade eu sempre procuro mostrar para as
pessoas, que é possível a pessoa ser feliz. Mas tem que buscar a cada momento,
ser melhor.
Reinaldo
Wolff: E qual o seu conselho?
Elson
Falcão: É se preparar! Alguém falou, uma época para mim, para estudar. Eu tenho
formação de 2º grau recente. Porque quando a gente começou - começou, vamos
dizer assim, “na raça!” - aí eu tive, de uns tempos pra cá, eu tive que buscar
melhorar, estudar. Mas eu passo para as pessoas, aos jovens, que “precisa se
formar, se não acaba ficando para trás”! Eu , como já estou nessa idade, não
vejo assim muito tempo a necessidade de atuar na função. Eu não vejo esse
atuar, por muitos anos, não. Mas para os mais jovens, sim. Muitas vezes eu falo
para eles: busque. Procure. Aprenda. Trata bem as pessoas. Procura se entrosar
nos ambientes onde vocês estiverem porque... Isso vai te servir lá na frente!
Uma vírgula que você aprende hoje, você lá na frente, vai te servir, ela vai
ter muita valia no seu futuro! Agora, infelizmente, aqui em Itaboraí, a gente
observa - recentemente eu entrei no supermercado e tinha um rapazinho lá meio
capengando, e tal. E ele me pediu uma ajuda. Ele falou que o filho dele estava
necessitado. Eu sempre - às vezes, isso me comove, porque eu tenho filhos!
Quando eu vejo uma pessoa assim, eu procuro incentivar eles com palavras e, se
eu posso ajudar de outra maneira, eu ajudo, eu faço isso porque eu penso “E se
fosse um filho meu nessa situação?” Então eu imagino isto! Então eu comprei
alguma coisa para dar para ele, porque eu não dou dinheiro, para ele não
querer, de repente, gastar com alguma coisa indevida, né? Comprei e tal. Aí saí
com ele do caixa e parei um pouquinho afastado da rua, e vi que ele saiu
caminhando e tentou roubar uma outra pessoa! Então é uma tristeza você ver
pessoas de má fé querendo se aproveitar de outras pessoas que tenham boa fé!
MW: É
uma pena que ele não teve vontade de estudar e progredir...
Elson
Falcão: Pois é! Seria preferível isso! Ele se esforçar, batalhar, se espelhar
em alguém que foi bem na vida...
Reinaldo
Wolff: Que bela mensagem! A Equipe Wolff agradece a sua entrevista.
MW:
Muito bonita sua mensagem de vida. Acho que a mensagem veio bem na hora!
Conscientizar os jovens! Por incrível que pareça, o senhor deu uma mensagem
forte!
Elson
Falcão: Obrigado!
Reinaldo
Wolff: Aqui nós entrevistamos recente o diretor dessa Faculdade de Teologia.
Uma vez por semana, aos sábados, e no final de 3 anos e tanto, fazendo a prova
do MEC, o senhor recebe o diploma de nível superior. O pastor que nós
entrevistamos também é amigo nosso.
MW: É.
Isso é coisa nova, e está fácil de fazer. É só no sábado.
Elson
Falcão: Ah, gostei! Vou me informar. Gostei! O senhor é de alguma igreja,
alguma religião?
Reinaldo
Wolff: Eu sou da Igreja Luterana.
Elson
Falcão: Eu sou batista. Eu morei ali em Canoas - RS, e eu vi principalmente,
uma certa dificuldade, a igreja um pouco vazia, por causa do frio, as pessoas
ficam mais em casa.
Reinaldo
Wolff: Mas no Sul o pessoal é receptivo, caloroso, trata todo mundo com
humanidade, um respeito humano enorme pelas outras pessoas! Penso nisso, e dá
vontade de voltar. Mas parece que Deus nos deu uma missão aqui. E nós estamos
realizando. O senhor ainda pode ver o nosso trabalho no nosso blog e também
encontra como Jornalista Reinaldo Wolff, no Google. Pode ficar despreocupado
que não vou cobrar pela entrevista!
Elson
Falcão: Ótimo! -(ele se afasta sorrindo)-
Fotos: Arthur Wolff e MW
Fotos: Arthur Wolff e MW
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