Viviani Silva Lírio em entrevista exclusiva ao jornasita Reinado Wolff - 85ª Semana do Fazendeiro - UFV
Assessora Especial em Assistência Estudantil junto à Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários da UFV
Por gentileza professora, qual sua graça?
Por gentileza professora, qual sua graça?
RW: Belo nome!
Professora Viviani:
Obrigada!
RW: Lira?
Professora Viviani:
Lírio! Lírio, de flor!
RW: Nós conhecemos
o senhor Lira, empresário, em Vitória, Espírito Santo. Seu nome é derivado de
Lira?
RW: Sim, sim!
Professora Viviani:
Viajados da guerra.
RW: Nomes de
natureza são nomes judaicos.
RW: É que nós
conhecemos o senhor Lira, em Vila Velha. Ele ficou 35 anos sem ver o irmão.
Professora Viviani:
Nossa Senhora!
RW: E o irmão dele estava em Cachoeiras de Macacu, Rio de Janeiro - onde eu tinha dado aulas de inglês. Aí contei para a família de lá do Espírito Santo, que este Lira tinha uma
gráfica em Cachoeiras de Macacu. E ao outro irmão, dono de um empório e
mercearia eu disse – “Olha, eu encontrei o elo perdido da família de vocês!”
Professora Viviani:
Ah, é?
RW: Eles não
acreditaram que fosse possível! Pois quando eles vieram para o Brasil. Eles se
desencontraram no porto, e nunca mais se encontraram.
Professora Viviani:
Nossa Senhora!
RW: É interessante
os irmãos se reverem, não é? Porque é muito marcante na vida da família. E
irmãos que se desencontram e ficam 35 anos longe, é muita coisa!
Professora Viviani:
Existem histórias das últimas duas gerações nossas - e que são histórias
difíceis, não é? Eu acho.
RW: Sim.
Professora Viviani
(ao telefone): A Reitora Nilda - ela estava atendendo alguém? Você sabe?
(pergunta à sua assessoria, que responde rápido: “Sim estava”). E volta-se para
nós explicando - Se ela me liberar, eu converso com vocês sem nenhum problema! (A
suavidade do som de sua voz contrasta com as marteladas repetidas, obras ao
fundo, ecoando no corredor daquele prédio centenário.) E continua explicando a
espera – Ela é um amor de pessoa! Um doce! - refere-se à Reitora (que
aguardamos longamente para a entrevista marcada).
Eu vou tentar falar com ela. O Professor Gumercindo Lima, que é responsável efetivo, ou a Regina - que é assessora dele. Deixa só eu pegar os números de telefone deles. Senão, o que eu posso fazer para ajudá-los, é dar algumas informações sobre a "Semana do Fazendeiro". Acho que é isso que vocês querem saber...
Eu vou tentar falar com ela. O Professor Gumercindo Lima, que é responsável efetivo, ou a Regina - que é assessora dele. Deixa só eu pegar os números de telefone deles. Senão, o que eu posso fazer para ajudá-los, é dar algumas informações sobre a "Semana do Fazendeiro". Acho que é isso que vocês querem saber...
Professora Viviani: E isso não tem problema algum! (um moderno telefone com discreto detalhe rosa, e som musical no acessar das teclas, combinando com a musicalidade da voz que acompanha a seguir) Vocês já conheciam Viçosa?
RW: É a primeira
vez que venho aqui.
Professora Viviani:
É? A cidade quase que se resume à Universidade.
Professora Viviani:
Ela tem uma característica muito interessante. Como o povo é muito eclético,
aqui nós temos gente do mundo inteiro. Estudante fazendo doutorado, fazendo
pós-graduação, intercâmbio de professores. Do Ciência Sem Fronteiras... Então é
uma cidade muito pequena, mas que tem uma vida cultural muito agitada! É uma
cidade muito fora dos padrões normais...
MW: Que espetáculo
viver aqui!
Professora Viviani:
É! E ainda permite a gente ir em casa almoçar com os filhos...
RW: Isso é bom,
ainda mais nos dias de hoje...
Professora Viviani:
É! Há um tempo atrás eu tive uma oportunidade de ir para uma cidade maior.
RW: E não quis?
Professora Viviani:
Não! Não faria isso, o risco é grande demais!
RW: Fora o risco
da estrada, muito sério.
Professora Viviani:
Na verdade... eu gosto da ideia de conciliar um pouco de cada coisa, o que não é
fácil, numa cidade grande! Eu sou de Vitória, eu tenho familiares que saem de
casa às 6 horas da manhã, aí os filhos estão dormindo... Quando voltam, já são
9hrs, 10hrs da noite...
RW: Já estão
dormindo!
Professora Viviani:
Os filhos já estão dormindo... Então você passa muito tempo sem vê-los.
RW: Sei que foi
muito proveitoso esses dias aqui.
(Após seguidas
tentativas de telefonar - infrutíferas - ela se decide.)
Professora Viviani:
Bom gente, já que não se consegue ligar para ninguém, vamos lá! Dentro do eu
puder ajudar, podemos conversar!
RW: Claro! Como
tem sido a Semana do Fazendeiro para vocês?
Professora Viviani:
A Semana do Fazendeiro é um Evento Histórico, não é verdade? Ele quase que faz
compasso com a própria existência da instituição, a Universidade. E ele vem
crescendo! Já há uns 3 anos, mas sobretudo do ano passado para cá, houve o
movimento de inclusão de duas categorias, que foram: as mulheres rurais e os
jovens rurais. Então existem esses grupos. E que antes, eles participavam de
maneira mais genérica, dentro da Universidade e dentro do Evento! Mas não tinha
nada vocacionado para eles! E isso passou a acontecer! E essa mudança, foi
muito importante...
RW: Certo.
Professora Viviani:
É um Evento que se faz em parcerias. Eu não posso nem nominar, como eu falei, o
ideal seria a Reitora Nilda, ou o Professor Gumercindo, que conhecem todas
essas parcerias. Mas... Dos Ministérios de Agricultura e Desenvolvimento
Agrário, passando pelas Ateres, pelos Senares, pelas Igs, as Epamigs, e as
circunvizinhas... Um Evento que dinamiza muito! Ele nasce, e cresce, digamos
assim, no embalo dessas parcerias. E os nossos funcionários são apaixonados por
este Evento. Nós temos funcionários que trabalham, vamos dizer assim,
diuturnamente.
Professora Viviani:
Eles "vestem a camisa do time" - é muito comovente... Porque na
verdade são funcionários normais da Universidade. E eles dobram suas funções.
Então motoristas, secretárias, nós que somos docentes - a gente se envolve de
um jeito...!
MW: Eu acordo às
4hrs da manhã...
Professora Viviani:
Uau!
MW: Eu vi começar
todo esse movimento de trabalho. Todos trabalhando sem conversinhas, sem deixar
parar a sequência do serviço...
Professora Viviani:
Ah! Que bênção! Então esse Evento, é claro, que acontece na batuta de seus
coordenadores. Mas ele tem uma capilaridade, tem uma "paixão", vamos
dizer assim - entre os funcionários da casa que é o que mantém o Evento. E já
aconteceu em período de greve! Os grevistas se reuniram e concordaram de -
durante aquele período, durante a Semana do Fazendeiro se envolveram nas
atividades, para que a Semana não ficasse prejudicada. Então eles são muito
apaixonados pela ideia.
RW: Sem dúvida é
de extrema importância o Evento... Por quê? O Brasil, essencialmente, é um país
agrícola!
Professora Viviani:
Ele é agrário! Nossa Balança Comercial sustenta-se no agronegócio.
RW: Sim, devido a
isso a importância da própria Universidade - e que tem um nome fantástico -
e... Como também das pessoas virem adquirir novos conhecimentos! Então eu
pergunto à senhora o seguinte - o que está sendo visado como meta desses novos
conhecimentos, na atualidade?
RW: Por exemplo,
eu estive num curso, que para mim é fundamental, pois relaciona Direito,
relaciona Topografia - e que é Cadastramento de Imóveis Rurais. Eu noto nisso
uma responsabilidade muito séria do Ato Declaratório...
Professora Viviani:
Uhum...
RW: E se o
fazendeiro der uma declaração aquém ele vai responder - diante do Ministério
Público – de ser falsidade ideológica...
Professora Viviani:
Sim.
RW: Então a
responsabilidade de orientar essas pessoas, para dar a elas uma consciência
exata do momento em que vivemos - do País, do Governo, da Política atual.
Professora Viviani:
Entendi melhor agora o que me perguntou. Existem fronts de trabalho. Por
exemplo - eu acho que resumir, é claro que cada Semana tem os seus temas.
Resumir num front só seria impróprio - pela própria diversidade da Instituição.
Então existe um front, ainda muito grande, tecnológico. As clínicas, os
atendimentos individuais, os cursos - em que o foco é a capacitação. E o
público mudou. Quando eu cheguei aqui - e logo que eu cheguei aqui - eu já me
envolvi. Havia então grupos enormes de fazendeiros com quase nenhum
conhecimento econômico! Gestão de empreendimento, gestão de empresa rural. Hoje
isso mudou! E os colegas dizem também, que no ponto de vista tecnológico eles
não chegam, na sua maioria, para saber o básico, eles querem mais! Eles querem
conhecimento superior!
RW: Certo.
Professora Viviani:
Então existem ainda aquele grupo dos pequenos produtores ou dos assentados
que...
(som de batidas
impacientes de uma obra ao longe, implacáveis, marcam obrigatoriamente uma
pequena pausa no diálogo. Mas o fio de raciocínio segue límpido)
Professora Viviani:...Visam
um conhecimento básico, gestão da terra, e gestão de propriedade. Mas existe
esse grupo que precisa mais tecnologia. Porque a tecnologia é ambientalmente
saudável... Porque se você usa tecnologia certa, você preserva o meio ambiente.
(Não tem coisa pior do que tecnologia errada para o meio ambiente).
RW: Sim.
Professora Viviani:
E ao mesmo tempo você economiza área, trabalho, insumos, adubo. Então esse é um
front, que eu vejo, muito forte. Um segundo - e que tem o próprio apelo
"Carbono Zero" - é que o Evento tem uma "pegada" voltada à
sustentabilidade muito forte. Em praticamente todos os Eventos, se o tema do curso
não é este, o tema transversal está em todos os cursos, entendeu?
RW: Sim.
Professora Viviani:
Essa observação de garantir que o curso de fato seja carbono zero, de ensinar o
produtor rural ter o zelo pelo meio ambiente, essa é uma preocupação que está
adjacente à preocupação tecnológica. E tem a terceira vertente e que está mais
na nossa área - que é a área das Ciências Sociais Aplicadas. E que envolve a
contabilidade da propriedade, a gestão do empreendimento. É saber separar, da
vida cotidiana, o que é seu, o que é da propriedade. As questões legais de Direito
Agrário. As questões afetas ao Direito Internacional - que muitos deles são
exportadores de alimentos. E dentro dessas questões é que emergiu a necessidade
de contemplar a mulher rural e o jovem! Porque, de um modo geral a mulher tem
um papel de (aqui eu vou ser cuidadosa) – ela, de certa forma, é mais
"zelosa" pela renda da família, entendeu?
RW: As mulheres
estão invertendo a posição que houve no Brasil Antigo, para o Brasil Atual, e
para o Brasil Futuro. Estão tomando a liderança. O que é muito bom.
Professora Viviani:
É, e são mulheres espetaculares!
RW: E eu aplaudo!
Têm meu aplauso! Pode ter certeza disso.
Professora Viviani:
Às vezes o produtor rural vai para a lida, normal! E a ideia é capacitá-la para
que além das atividades tradicionais, que ela também se envolva na geração de
renda. Muito dessa geração de renda vem na agroindústria adjacente à produção
em si. E isso melhora muito a renda!
RW: Certo.
Professora Viviani:
Então é a feitura dos queijos, da rapadura, do açúcar mascavo, da própria
cachaça...
Professora Viviani:
É, e pelo menos aqui na nossa região, isso mudou bastante, sabe? E nesse ponto,
a participação da Emater e da Epamig, é muito importante.MW: Uma observação, se me permite.
Professora Viviani: Pode falar!
MW: Pelo que eu assisti - duas coisas poderiam
ser colocadas no próximo evento - o Turismo Rural - porque, por exemplo, só
plantar coco, produzir o coco, e sofrer 4 anos para começar a ganhar dinheiro,
é pouco!
Professora Viviani: Eu entendo.
MW: Se não anexar o Turismo Rural - o
ruralismo está com muitos riscos - se no próximo ano o curso o Plantio do Coco
- ensinar junto todos os fazeres que aproveite a cultura do coco por inteiro!
Ensinar, por exemplo, se vai iniciar uma fazenda, ensinar de uma tal maneira de
que aquele coqueiro seja também ornamental e sirva como cenário turístico.
RW: É só uma sugestão, não é Martha?
MW: Sim, é uma sugestão.
Professora Viviani: Essa demanda sua não é uma demanda
isolada.
MW: Porque se aliarmos o turismo a todos os
setores rurais, vai crescer e muito!
RW: Há necessidade do cooperativismo entre os
agricultores...
Professora Viviani: É! Mas nós temos um curso aqui sore o
cooperativismo.
RW: A senhora é especialista em Economia?
Professora Viviani: Economia Rural. Mas a minha interface é
Micro Economia do Desenvolvimento, que pega a Economia da Educação, Economia da
Saúde.
RW: E sobre a questão educacional do campo,
como a senhora vê a proposta da Universidade Federal de Viçosa em relação aos
trabalhadores do campo?
Professora Viviani: Então vamos do começo - eu sou uma
defensora árdua da Semana. Porque nós temos no meio rural tanto o proprietário
como o trabalhador rural. E já de alguns anos tem se vocacionado as
atividades para o trabalhador rural.Se
você pegar a planilha dos cursos você vai observar isto com cautela. E já de
alguns anos abriu-se uma discussão, num grupo, num debate chamado
"Troca de Saberes" - que é
quando a Universidade, ao invés de apenas levar o conhecimento técnico,abre
espaço para estes trabalhadores rurais darem os seus depoimentos... Por quê?
Porque existe o conhecimento técnico, ele requer uma readaptação para a
realidade de cada um! Então é um momento muito interessante - e que cresceu
demais! Então essas pessoas vem pra cá, eles participam dos cursos, também. Mas
se você olhar aqui para a lateral, tem umas tendas grandes, são metodologias
participativas. Escolhem temas dentro do interesse deles e tem o coordenador -
O professor da área agroecologia - troca de saberes entre eles e conosco!
Porque a gente tem que aprender também. Então o trabalhador rural foi capturado
neste processo, afinal, a gente não sabe tudo, não é?
RW: A humildade é uma coisa muito importante.
Eu considero que a humildade é a presença de Deus no nosso coração!
Professora Viviani: E eu também...
Professora Viviani: Conhece um samba de Billy Blanco -
"Quanto mais alto o coqueiro, mais alta a queda do coco"? Chama-se a
Banca do Distinto - minha avó cantava para mim... e eu nunca esqueci.
RW: Agora uma pergunta também muito importante
- tendo em vista que nos dias atuais ainda está muito forte a evasão do campo -
como motivar os jovens para que se atenham ao campo?
Professora Viviani: Existe um fenômeno - do ponto de vista
inclusive econômico, que ele é esperado - que é a redução da população
residente no meio rural, em si, no agrário. Esse é um fenômeno mundial. O que
precisa ser feito é que aqui ele não seja prematuro... O Brasil sofre desse
mal. Fenômenos que levaram centenas de anos, para nós está rápido demais.
MW: Em Leopoldina eles nos falaram exatamente
isso! O jovem sai para estudar e não quer mais voltar.
Professora Viviani: Ele não quer voltar porque? Ele não quer
voltar porque em muitas regiões do país, de fato, as condições que são oferecidas
a ele não são desejáveis! Se ele puder, inclusive por meio da Educação, sair de
lá, ele tem isso em mente...
MW: É uma pena!
Professora Viviani: Sim, é uma pena! É preciso oferecer a
esses jovens a ideia, e a prática, de que o meio rural tem virtudes que os
grandes centros urbanos não têm!
MW: Eu vi índios estudando e depois voltando
para melhorar a comunidade deles!
Professora Viviani: Eu trabalho com as comunidades
indígenas... A realidade indígena tem uma "pega" cultural, assim como
os quilombolas, os pescadores ribeirinhos, eles têm uma identidade muito forte.
Normalmente eles saem e retornam com esse zelo. O trabalhador rural, o produtor
rural, o meeiro - às vezes ele mesmo, que tem a vida dele "na lida" -
ele idealiza para o filho uma coisa que não é a vida do campo. Então a gente
tem trabalhado muito dois lados... Acho que a coisa primeira é - entender que
esse fenômeno é um fenômeno que acontece... Mas ao mesmo tempo, entender que
ele não deve acontecer na velocidade que ele está acontecendo no Brasil - ele
está rápido demais, e é inadequado e impróprio. E para isto a gente tem que
educar esses jovens...
MW: A gostar do campo!
Professora Viviani: E... a saber extrair bons rendimentos do
campo - essa é a grande questão! A gente precisa... porque não adianta a gente
aqui, morando na cidade, dizer para ele "Não, então você fica aí no
campo". Entendeu? O que a gente tem que oferecer para ele é a ideia - e a
prova - de que ele pode ser feliz, que ele pode ser sustentado, e que ele pode
viver bem no campo.
MW: Ele pode trazer novas ideias para o campo...
Professora Viviani: E novos saberes, novas chances de
desenvolvimento estando no campo.
Professora Viviani: O professor Fred, que é o Coordenador do
Sead, ele é de mentalidade muito aberta, ele é um idealista! Acho que vocês não
devem ter conhecido bem a Universidade. É um prédio belíssimo! Foi inaugurado
há pouco! E conta com uma tecnologia que pode de fato atender os alunos EAD sem
problema algum!
MW: Talvez lá em Leopoldina as pessoas ainda
não estejam sabendo...
RW: Professora Doutora...
Professora Viviani: Não precisa ficar me chamando de doutora.
RW: Cada um de nós tem uma missão na vida.
Quem sabe estamos aqui por uma missão - transmitir o bem dessas pessoas.
Professora Viviani: Mas é para isso que nós estamos aqui no
mundo, não é?
RW: Nós também, o nosso trabalho, da Equipe
Wolff é uma questão muito séria chamada - mensagem de vida! Que mensagem a
pessoa passa para o leitor? Porque apenas brilhar o ego com o "eu sou, eu
tenho"... Nós temos familiares que são extremamente prósperos, mas
"eles se fecham no mundo deles". Eu sugiro a eles, não deixem o mundo
deles tão fechado, não é? Então a sugestão nossa é que estas pessoas tenham
acessibilidade, através de um Pólo - porque isso vai em muito mudar a vida
deles, e a economia daquela cidade.
Professora Viviani: Hoje, o nosso Centro de EAD não está
voltado para o público de Viçosa, eu posso estar errada, porque ele nasceu como
uma plataforma para os nossos estudantes. Depois ampliou-se para cursos de Pós
Graduação no Brasil inteiro. Mas eu posso estar errada, mas acho que não existe
esse tipo de relação que você está falando... posso não estar informada, mas
acredito que não. E que hoje a plataforma que a gente tem aqui, caso haja a
demanda por eles, não seria difícil. Essa é a bênção da Internet, não é?
RW: Que mensagem a senhora passa aos nossos
leitores como mensagem de vida, de otimismo?
Professora Viviani: Quem são os seus leitores? Eu sou muito
religiosa, tenho que tomar cuidado...
RW: As pessoas interessadas em mudar para
melhor, para isso é o nosso trabalho... Porque nós pegamos o top social e
que ele seja um exemplo para todas as pessoas, até as mais humildes! Esses são
os nossos leitores!
Professora Viviani: Eu tenho, bom eu vou lhe
"passar" então, se é que posso dizer isso - resumindo em duas
mensagens, dos meus valores de vida, ok?
RW: Sim, correto.
Professora Viviani: O primeiro deses, e que me guia bem assim
mesmo os passos - é que - aquele que sabe mais, tem mais, pode mais, responde
mais perante a vida, pois que precisa auxiliar; quem sabe menos, que tem menos
e pode menos. Isso cria um círculo virtuoso que não beneficia só aquele que está
naquele momento numa situação mais vulnerável. Ele beneficia primeiro o
portador do ato de generosidade. Então isso, para mim, é uma regra de vida!
RW: Uma Egrégora de Evolução!
Professora Viviani: É, e em segundo, que eu penso que é uma
reflexão para todos nós - sempre que a gente for tomar uma decisão... portanto
os seus leitores devem ser "tomadores de decisão".
RW: Claro.
Professora Viviani: É que na minha humilde opinião, baseada no
que eu sei e no que eu acredito - quando a gente vai tomar uma decisão precisa
pensar mais nas consequências, do que nas causas. Então... muitos de nós somos
muito "reativos" na sociedade. Então a pessoa - "ela faz porque
alguém...", "ela reage porque..." - Eu penso que isto é
impróprio de um indivíduo que é amadurecido, sabe? O indivíduo amadurecido tem
que pensar, todos os dias, nas consequências daquilo que ele faz!
RW: Isso nos lembra o livro "O Pequeno
Príncipe", não é? "Tu és eternamente responsável..."
Professora Viviani: "... por aquilo que cativares".
MW: Fiz a interpretação do símbolo dessa
história.
Professora Viviani: Ah, é?
MW: Se tiver algum comentário a fazer, por
favor diga...
RW: Estamos honrados com a sua entrevista, de
verdade!
Professora Viviani: Imagina! Um prazer!
RW: Gostaria só, por favor, que marque o foco
da sua entrevista.
Professora Viviani: O que você chama de foco na iniciativa?
RW: Aquilo que sente como base primordial da
mensagem de vida, da entrevista.
Professora Viviani: Posso escrever aqui?
(as batidas marteladas voltam a soar ao longe, agora
cadenciando um breve tempo de espera)
Professora Viviani: Conceitos, aqui, são palavras-chave,
relevantes aqui nesses processo?
RW: Sim. E pessoas que queira indicar para
entrevista.
Professora Viviani: Ah! O Professor Valverde, ele é um amigo. Deixa eu
pegar o telefone para vocês. Professor Sebastião Valverde. Ele é um
"barato"! É professor do Departamento de Engenharia Florestal.
Sebastião Renato Valverde.
MW: Esta diversidade que a Universidade deu ao
Evento do Fazendeiro me impressionou muitíssimo. De se preocupar com o jovem, a
mulher do campo, o produtor, com o empresário... fantástico! Só notei o
seguinte - gostaria de poder dar essa sugestão - acrescentar o "enfoque
turístico".
Professora Viviani: Eu vou falar com o Professor Gumercindo
sobre isto.
MW: E também, vi na praça de lojas um senhor
que trabalha com palha... ele deveria estar dentro do Evento dando aula de como
trançar a palha. Porque está se falando de milho. E ele ensina a aproveitar a
palha, fazendo cestos, chapéu.
RW: Não estamos aqui para sermos críticos.
Acolha a ideia apenas como sugestão, colaboração para o próximo ano.
Professora Viviani: Mas a crítica pode ser construtiva!
E escreve: "Fundamentalmente, a Semana do Fazendeiro, ao longo de sua história, sedimenta a troca de conhecimentos técnicos e socioeconômicos em apoio ao setor agrário e rural brasileiros.
E conceitos: iniciativa, proatividade, dinâmica tecnológica e sustentabilidade."
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