Suzana de Fátima Barcelos em entrevista exclusiva à Equipe Wolff
O salão colorido está quase pronto para uma festa. A diretora aparece no palco, feliz, até parece atitude de uma artista famosa que vai se apresentar, tão natural me pareceu sua chegada ao palco. Nós a chamamos para dar seu depoimento em entrevista. Solícita ela se apresenta:
Sou a professora Suzana Piage Barcelos.
Reinaldo Wolff: Tem parentes da senhora em Cabo Frio...
Suzana Barcelos: Será? (sorrisos)
RW: Professora como é que foi a vinda aqui na Universidade?
Suzana Barcelos: Eu sou ex-aluna do Colégio Dom Helder. Fiz o ensino médio no D. Helder, na época de 70. Depois fui selecionada a trabalhar no Colégio.
RW: Deixe-me sentar ao lado da senhora para conversamos melhor.
Suzana Barcelos: É entrevista para onde?
RW: É para a mídia da Equipe Wolff. E temos o convite de colocarmos as entrevistas também no Blog da faculdade.
Suzana Barcelos: Ah, que bom!
RW: Continue, por gentileza.
Suzana Barcelos: Sou ex-aluna desse colégio, na década de 70. Quando em 81 fui selecionada para trabalhar na instituição onde iniciei no setor de biblioteca e aí, a trajetória dentro de setores da Associação, e hoje eu atuo como diretora geral do Colégio Aplicação Dom Helder Câmara, já faz 35 anos... E temos 55 anos desta instituição - foi quando começou toda a história dessa Universidade...
RW: Dom Helder Câmara foi tio de um senhor que conheci, diretor do Banco do Estado, em São Paulo.
Suzana Barcelos: Mas este nome, Dom Helder, vem em sentido da missão que ele realizou. Através do voluntariado, e a solidariedade. Então sei que a professora Marlene sempre acreditou... (uma suave música inunda o espaço de aconchego ao entendimento e ao diálogo. Aproximamos o gravador para não perder a limpidez da voz na gravação.
Empolgada, a professora explica): A professora Marlene deu o nome do colégio em prol disso. Tanto que hoje a nossa escola é uma das escolas associadas da UNESCO. Nós somos a segunda de Niterói, e a única de São Gonçalo. Através de nosso projeto institucional, que aí caminha o mundo inteiro. Ações de solidariedade, voluntariado, dentro da interação com o conteúdo programático.
RW: As pessoas têm ao longo da vida, certas afinidades. E essas afinidades levam, às vezes, e mesmo não sendo parentes consanguíneos, a ter como se fosse um nível de amizade tão grande, que é quase um grau de parentesco... E a senhora tem esse sentimento com a professora Marlene, não é?
Suzana Barcelos: Muito! Admiração como pessoa, como profissional. E pelas ações... E tudo que ela me "dita"! Porque uma pessoa sair de Trindade, bairro de São Gonçalo, onde iniciou toda essa história numa chácara. E hoje a instituição está aí, com expansão pelo Brasil afora!
RW: É necessário uma fagulha interna muito grande. Eu diria em termos de um "starter". Aquela fagulha interna que leva a pessoa para a frente! Como é que a senhora sente que se deu esse início? Essa fagulha de realização profissional na senhora, e também na professora Marlene?
Suzana Barcelos: Na professora Marlene até eu me emociono em falar. Porque ela é um espelho profissional para mim. E assim como em termos de direcionamento de vida humana. Porque ela diz "Todos nós somos capazes - quando nós acreditamos no que fazemos, e no que vamos fazer!".
RW: Isso inclusive é bíblico. A fé move montanhas.
Suzana Barcelos: É... Tanto que nós desenvolvemos um trabalho com crianças especiais, em São Gonçalo, que é muito reconhecido. E nós temos também em Recife. É um trabalho de resgate de 300 crianças de favela.
Suzana Barcelos: Atualmente vou menos, pois que lá tem um posto de uma diretora. Mas fomos "nós" que fizemos todo esse trabalho...
RW: De implantação?
Suzana Barcelos: Não, já existia uma pessoa do bairro que acreditava no resgate e diminuição da violência. E quando a instituição foi para lá, essa pessoa só acreditou em entregar esse trabalho nessa universidade.
RW: E como a senhora vê a universidade hoje?
Suzana Barcelos: Uma visão muito antenada do que está aí. Porque a universidade, pelo Brasil afora, em cada estado, tem o seu perfil, dentro da sua clientela.
RW: Sim, e como se deu essa expansão? Hoje são em 10 cidades?
Suzana Barcelos: Eu vejo como uma visão. A visão, e caminhos que a educação é capaz de fazer.
RW: E a senhora tem grau de parentesco nesta universidade?
Suzana Barcelos: Já tenho grau de parentesco, mas fora disto, no trabalho é muito separado este aspecto. Eu aprendi como aluna e como profissional.
RW: Quais são os rumos e perspectivas de futuro, tanto em nível de carreira profissional, a seu nível de gosto pessoal, e da própria universidade?
Suzana Barcelos: Hoje respondo somente pelo colégio. Atuo diretamente ao colégio. Eu não atuo dentro da universidade.
RW: Certo.
Suzana Barcelos: Onde existem outros profissionais à frente. Acho que é sempre pensar à frente, não deixando a questão "cidadania", a questão "respeito", sabendo lidar com essa geração que está aí. Os perfis de relacionamento, não é? Uma universidade não se faz só com o que se tem, e sim como quando todos estão envolvidos no objetivo.
RW: Com certeza. A senhora é formada em Pedagogia? Qual a área de sua especialidade?
Suzana Barcelos: Pedagogia, mestrado em Recursos Humanos.
RW: Muito bom.
Suzana Barcelos: Inclusive é, como profissional da universidade, que eu tive oportunidade de fazer mestrado à distância. Na época eram 22 profissionais deste estabelecimento de ensino, que tiveram esta oportunidade.
RW: Através deste estudo de RH, podemos ver como é importante à estrutura de uma empresa, não é?
Suzana Barcelos: Muito!
RW: Como é que reestrutura? Como é que se faz essa "reengenharia" a nível humanístico, de dar os melhores conceitos, e ter o melhor profissional para o seu trabalho?
Suzana Barcelos: Primeiro tem que partir da essência que você acredita! Também tem um "eu" - aí envolvido. Em segundo lugar: uma preparação e qual o direcionamento que você vai tomar, juntando todos esses aspectos você tem um "quantum" de referência.
RW: E como descobrir o potencial de cada pessoa e despertar a motivação?
Suzana Barcelos: Potencial, é convivendo! Quando se faz toda a parte que se refere à "seleção" - tem as etapas! Mas nem sempre esse momento de seleção, o verdadeiro potencial desta pessoa aparece. E eu aprendi muito dentro dessa "casa" através dos estagiários, e você passa a observar as habilidades deste profissional. E assim a instituição "observa", e "prepara". Muita gente chama de "treinamento". Eu digo que você "observa", "prepara". Eu fui uma delas! Como também tem vários, que atuam hoje comigo. E que apareceu essa oportunidade - você acreditou? "Você trabalhou"!
RW: Estamos realmente impressionados com o "elan" (dinamismo) que a senhora tem, de manter essa chama acesa de ideal, com todo respeito.
Suzana Barcelos: Sim!
Suzana Barcelos: São tantas! Primeiro "a essência". Cada vez mais aprimorada, do que se acredita. Saber que nós somos capazes, dentro do que nós acreditamos. E "olhar o outro". Porque o "olhar o outro" é o que lhe possibilita o crescimento como pessoa humana e como profissional. Porque às vezes pode haver uma pessoa com tantas dificuldades e uma única palavra, e despertar para uma vida e para um momento melhor.
RW: E como fica a questão do Religare, nessa história? Deve ter alguma abrangência de conceitos de religião...
Suzana Barcelos: Sempre! Acreditar no Deus que você acredita, e no Deus que eu acredito. É no "olhar o outro", daquele que ele é. E a essência que a sua família lhe proporcionou na sua criação. Porque a essência você não cria só na escola, nos amigos, na religião. Mas do que sua família acredita. Seja família de pai e mãe, seja uma família só com a mãe... O que é a família, para você?
RW: Até a empresa, é uma família também...
Suzana Barcelos: A empresa fortalece muito os laços da empresa que você trabalha. E querendo ou não, numa instituição, nós pedagogos não chamamos empresa, é instituição educacional. Ela fortalece muito isso!
RW: Mas o que eu falo não é por demérito, mas é no sentido empresarial, de observar oportunidades e "ver a empresa como uma entidade educacionais, no sentido de organizacional"?
Suzana Barcelos: Minha área é muito humana! Por exemplo, eu estou envolvida há 8 dias em festas de culminância de determinados segmentos. Eu me emociono a cada uma delas. Eu aprendo a cada uma delas! Ontem eu tive um momento aqui, de uma "especial" que nós temos aqui, Síndrome de Down, está aprendendo a ler e a escrever! E você via o relacionamento das outras crianças de respeito, de carinho! Aquilo ali, para mim já é uma "resposta do trabalho que é desenvolvido!". Agora - a empresa depende, também, do pensamento de quem lidera! Do que ela é capaz de oferecer - o que é capaz dos caminhos que vão trilhar!
RW: A senhora lembra Ana Maria Wolff, que esteve em todos os canais de TV do Brasil. Ela diz uma frase em seu livro Percepção, exatamente assim "Um trabalho feito com amor é uma oração a Deus"! E eu noto que a senhora faz exatamente isso!
Suzana Barcelos: Muito, muito, muito! E vou dizer ainda - eu tenho por esta instituição uma gratidão, um reconhecimento, um respeito. Gostaria que, todos, pelo Brasil afora, conhecessem a trajetória. Até os próprios alunos! Porque muitas das vezes, até os alunos não sabem sobre essa trajetória. E eu tenho orgulho de fazer parte - embora hoje estou aposentada. Mas não paro por aqui! Eu ainda tenho uma grande missão, dentro da minha área - Educação. E dentro dessa instituição, com toda uma equipe em que eu atuo!
RW: É fantástico de ver as pessoas aqui coligadas, mantêm essa forma de ânimo, e pela qual a Equipe Wolff se sente honrada com sua entrevista.
Suzana Barcelos: É um prazer (um leve risinho de alegria). Espero que eu tenha sido útil!
RW: Agradecemos a entrevista.
Suzana Barcelos: (agora é um riso frouxo, de pessoa espontânea mesmo.) É um prazer! Fui bem?
MW: Sim, vai ter ótima audiência!
Mariana Salvador e Luciana de Morais |
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