Entrevista do professor Robson - Colégio Agrícola José Soares Jr.
Reinaldo Wolff: Professor eu li algo que me preocupa muito... É sobre as antenas! Diz que o celular se desliga, mas a antena fica dia e noite ligada! E as pessoas que estão a menos de mil metros, correm risco de 33% a mais de câncer do que teriam.
RW: Isso também tem ocorrido no campo?
Professor Robson: Também!
RW: Como fazer para se proteger disso – é o que todos se indagam!
Professor Robson: Fugir da proximidade das torres, com certeza! (o que já está quase impossível!) Cada vez elas se expandem para mais e mais locais... Quando menos se espera o teu vizinho põe uma antena no quintal dele...
RW: Acredita que é possível criar uma lei impositiva, para medida de segurança?
Professor Robson: Existem programas de vigilância... Existe o programa chamado “Vigifisc”, vigilância em populações expostas a “irradiações ionizantes” e “não ionizantes”. O Ministério da Saúde tem o Programa Vigilância de Saúde Ambiental em relação a fatores físicos – são irradiações eletro magnética (irradiações ionizantes).
RW: O senhor trabalha na Secretaria de Saúde, o que tem sido feito em sua área de pesquisa?
Professor Robson: As nossas pesquisas em relação aos dados da saúde ambiental da população. Estamos trabalhando junto à Fiocruz, porque se depende dos dados que eles produzem.
RW: E que tipos de pesquisas têm sido feitas?
Professor Robson: Relacionadas à exposição de produtos químicos. Exposição solo-contaminado com produtos químicos.
RW: Agrotóxicos?
Professor Robson: Agrotóxicos também.
RW: E muito tem se incentivado a Agroecologia?
Professor Robson: No Município do Rio, onde eu trabalho, nem tanto... Porque o Município é considerado 100% urbano. Então não tem muito foco para a área agrícola! Mas a gente vê de um modo geral, que as pessoas estão preocupadas! Porque é um problema que só vem crescendo a cada dia que passa, vemos notícias na mídia, de problemas de contaminação da população. Eu vi uma reportagem em que um avião estava fazendo pulverização em área próxima de uma escola, acabou caindo o produto em cima da escola, as crianças todas ficaram contaminadas ... É questão de falta de cuidado por parte das pessoas que estão manipulando o produto químico!
RW: Questão de responsabilidade ambiental...
Professor Robson: Sim!
RW: E como despertar a consciência ecológica das pessoas?
Professor Robson: Só através da Educação! E colocar em prática o que se aprende “sentados em sala de aula”, e pôr em prática no dia a dia.
Professor Robson: O que me trouxe... foi o setor primário da Economia – não pode faltar os produtos que sãp produzidos no campo.
RW: Que tipos de programas vocês desenvolvem?
Professor Robson: No Rio, é o programa Vigisolo – relacionado à vigilância no que se refere a solo contaminado. Aquele que eu me referi há pouco é o Vigifiz – risco não biológico. São vários programas, te o Vigiágua, etc...
RW: Esses programas, tem alguma forma de agir em caso de calamidade, como aconteceu em Nova Friburgo?
Professor Robson: Sim, normalmente essa já é uma questão de Vigi-desastre que faz atuação de preparação e resposta em casos de acidente. Normalmente esse tipo de trabalho acaba indo para a Defesa Civil. A “saúde” acaba ficando de lado. A saúde tem estar trabalhando antes, durante e depois do evento. Com precaução, verificando locais onde possa ter abrigos, onde as pessoas possam se refugiar numa situação de emergência.
RW: Como é que foi a questão da... Nós estivemos entrevistando em Niterói, o pessoal da mineração. Haveria como a Secretária do qual o senhor é ligado a possibilidade de um convênio entre os órgãos públicos? O meu pensamento sobre este assunto é: Eles todos se conveniarem, para uma “contenção”, no caso de novas calamidades no Estado do Rio. O que pensa desta minha proposição?
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