Professora Mariluce Coelho em entrevista ao Jornalista Reinaldo Wolff

RW: Prezados amigos que leem e participam da Equipe Wolff, hoje nós temos a grata satisfação de estarmos presentes aqui no Colégio Agrícola, com a nossa amiga, que também foi nossa professora: Mariluce Coelho.
Como é que foi a trajetória para chegar à profissão que tem hoje de professora? Conte-nos sobre isso...
Mariluce: Boa tarde! – E soa uma voz amorosa, pausada, confiante – Essa parte de trabalhar “com animais” foi um desejo, que surgiu em mim, desde criança! Sempre tive essa preocupação, esse amor pelos animais! E numa visita do próprio curso pré-vestibular à uma Universidade Rural... esse desejo ficou mais direcionado, mais “apurado” digamos assim... Eu vi que tudo que já tinha sonhado de ser, num dia, na vida – o que poderia contribuir, estava ali naquela direção. Entendi logo minha direção de vida estava ali, naquele rumo de estudos! Então segui o rumo da Zootecnia.
RW: E a Zootecnia tem especialidades? A senhora fez algum tipo de especialidade?
Mariluce: Sim... então, quando eu estava na Graduação, tudo quanto é Curso de Extensão, Semana Acadêmica, eu sempre colocava minha escolha na parte de Bovinocultura. Sempre fui muito apaixonada pelo estudo do Bovino – Ao me formar, no entretanto, só aparecer oportunidade em Piscicultura... Então para mim, constatar isso foi um verdadeiro “choque”! Estudar bovino – e trabalhar com assunto de peixe... é muito diferente! Tive então que me “recapacitar”... para atuar na área de Piscicultura, mais precisamente no processamento de pescado!
RW: De acordo com o I Ching, que é um livro profético oriental, “O Universo é uma constante mutação! ” Então isso prova que há fundamento nesse conceito oriental. É o desafio do dia a dia de ter que estar sempre estudando, sempre se atualizando, não é verdade?
Mariluce: Exatamente!
RW: E como tem sido essas áreas de atividades no Brasil, são fontes de riqueza, a Piscicultura e a Apicultura?
Mariluce: Sim. Essas atividades se forem trabalhadas dentro da técnica sim. Você vai ter lucro, prosperidade. Quando a pessoa trabalha sem técnica não vai conseguir identificar onde está o erro e o que pode melhorar. A relação custo/benefício, o custo vai ser maior e o benefício... vai ser menor.
RW: Há necessidade de formação de maior número de técnicos?
Mariluce: Sim, com certeza! Por incrível que pareça tem muitas coisas a serem exploradas – no sentido de: muitas pesquisas a serem feitas, muitos lugares ainda para chegar a essa tecnologia. E falta o que? Falta o corpo técnico. Falta informação técnica, que poderia ser veiculada através desses técnicos, não é?
RW: A questão da Piscicultura, ela pode ser também do tipo ornamental, certo?

Mariluce: Sim. Inclusive a ornamental, como as outras também, em pequenas áreas. Em casa, em local que, por acaso esteja desativado. Porque credito que todo mundo quer um peixinho em casa! Para a criança, por exemplo, é um lazer ter um peixinho para colocar comidinha. É um companheiro! É um animalzinho, até pode parecer que não interage com a pessoa – mas requer cuidado, atenção, torna-se “um animalzinho de estimação”!

RW: E a respeito de “pequenos animais – a senhora fez especialidade nesta área de interesse?
Mariluce: O que eu fiz mais é na piscicultura! Agora, tive um contato e aproxi
mei mais meu foco de estudos sobre as abelhas. A organização de sociedade delas, é fantástico de observar o tipo de estrutura de sociedade delas! E cada vez que vou fazendo uma visita ao campo, eu vejo a importância da zootecnia em nossa vida!
RW: Isso inclusive nos remete à lembrança de um conceito, um princípio de vida, dado por Dale Carnegie: “Se quer tirar mel, não espante as abelhas”! O que significa? Penso que é: é necessário cuidar com o temperamento das pessoas, para obter esse “mel” das pessoas, também! Concorda?
Mariluce: Todos nós temos defeitos e limitações. E se alguém não lidar com isso, na sua forma de conviver - e não souber respeitar o outro – aí tudo se torna difícil na convivência! Da maneira que você compreende isso, e também quer ser compreendido, tudo vai “funcionando muito bem”!
RW: Do modo de pensar da escritora (que tivemos a grande alegria na vida de ter sido nossa mãe), Ana Maria Wolff, ela diz: “Compreensão é amor”. Está no livro dela Percepção: “Quando se dá “compreensão, o que se dá é puro amor”!
Mariluce: Com Certeza, é isso mesmo! “Quando a gente compreende, a gente “aceita”! A gente “ajuda”. A gente “melhora”. É isso – quando não compreende – ah! Aí “não aceita”, “não quer ajuda”, “não quer melhorar”, aí tudo para, naquele tipo de convivência.
RW: Talvez a humanidade toda fosse muito melhor, se usasse esse princípio de vida...

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