Diretora Eliane Maria Costa da Silva em entrevista exclusiva ao Jornalista Reinaldo Wolff

Ciep 308 Pascoal Carlos Magno

Projeto Você é muito importante para nós

Dando continuidade ao tema Itaboraí/COMPERJ, podemos observar aqui um modelo de  princípios de educação, que está sendo feito numa escola estadual localizada no município. Esta escola - tendo à frente, entre outros - a diretora Eliane Maria Costa da Silva - com o aspecto de mencionar que é “Uma Escola Acolhedora”. De acordo com a diretora, “acolhedora porque abrange não só a comunidade. É uma escola de características humanísticas, que dá ao aluno condições de acolhimento emocional. Para isso ela faz uma proposta moderna: a de estabelecer comitês dentro do colégio. Comitês que elaboram aspectos em que os representantes de turmas trazem suas ideias aos diretores e professores, para eventos, danças e assuntos relativos ao colégio”. Qual o resultado? Os alunos adoram esses eventos! Participam com alegria intensa. Tornando tudo muito divertido. E esse é um dos grandes princípios de aprendizado - a alegria!
Confira aqui:


Reinaldo Wolff: O que tem de bom a destacar na escola acolhedora? O nome é a realidade que a escola vive?
Eliane Maria: A convivência entre funcionários e alunos, enfim o tratamento é respeitoso e cordial.
RW: O que deixa os alunos mais felizes? E os alunos rebeldes - o que é indicado para agir em relação a eles?
EM: Serem tratados com respeito. Quanto os alunos com conduta inadequada, procuramos orientá-los através de conversas com os mesmos e parceria com a família.
RW: Como é a questão disciplina - horários são flexíveis - isto funciona?
EM: Como na maioria das escolas enfrentamos alguns problemas que procuramos resolver com o diálogo em parceria com a família e conselho tutelar.
RW: Há professores com síndrome de pânico? Ou nesta escola tudo é paz?
EM: A escola registrou apenas um caso em 2012. A solução foi assessoria psicológica.
RW: Qual é o segredo para administrar uma escola hoje em dia?
EM: Paciência, competência e tolerância.
RW: Que projetos estão sendo feitos?
EM: 1º Semestre- Gincana da escola comemorando o aniversário da escola dia 22 de maio. 2º Semestre- A cidadania.
RW: O que ainda preocupa, e muito?
Eliane Maria: As condições trabalhistas dos professores.
RW: Qual a sua maior esperança?
EM: De que um dia a educação possa realmente ser valorizada.
RW: Como é a rotina do seu dia-a-dia? Estressante? Compensadora?
ElM: Cansativa.
RW: Como é o relacionamento social entre professores e colegas?
EM: É bom. Os funcionários e professores gostam de trabalhar na escola.
RW: E o treinamento, aperfeiçoamento profissional - e o governo que dá?
EM: Tem o SEEDUC... Tem projetos de capacitação...
RW: Qual a perspectiva da carreira? O que precisa melhorar?
EM: Formação dos professores, salário, carga horária. Teriam que trabalhar numa escola só, 40 horas semanais.
RW: Se pudesse mudar alguma coisa na educação o que mudaria?
EM: Professores com dedicação exclusiva. Salários dignos e valorização do conhecimento por parte da sociedade.
RW: Se fosse escolher de novo ainda seria a mesma carreira?
EM: Mudando os itens sim. Mas se fossem os mesmos mudaria.
RW: Sente-se depressiva com a realidade crua do setor? Ou o ideal é maior e supera todas as dificuldades? Eliane Maria: Depressiva não me sinto. As pessoas esperam que só os professores sejam idealistas, nas outras profissões, não. Por isso, é necessário mudar com urgência.
RW: Como planeja os eventos estudantis, para que os jovens gostem e participem?
EM: Os eventos são planejados de forma coletiva por alunos e professores. Os representantes perguntam às turmas e combinam com eles os eventos. Tipo festas, danças, etc. Porém, primeiro tem que combinar com a turma e ter aprovação prévia dos professores para submeterem à diretoria da escola para aprovação do evento. Daí poderá ser aprovado, ou não o que pode vir a ser feito.
RW: Quer transmitir um pensamento para os leitores:
EM: O importante na vida é ser feliz.
RW: Conte em suas palavras, o percurso de sua vida.
EM: Meu pai era pedreiro em Itaboraí e eu estudei em escola pública. Na época só havia formação de professores e a formação geral. Optei por ser professora. Daí fiz os demais cursos, tais como faculdade de Pedagogia e História, e pósgraduação. Trabalhei em séries iniciais, no primeiro e segundo seguimento. Participei no processo seletivo estadual, para função de diretora adjunta. Pelo qual fui aprovada e hoje exerço a função de diretora. Já decorrem 25 anos de magistério.
RW: Sente-se feliz?
EM: Gosto do que faço mas os documentos pertinentes à diretoria tiram muito o tempo da atividade de coordenação, para que possa ser desenvolvida a parte administrativa escolar. Gostaria que houvesse um tempo maior para atividades com os alunos. Por que como disse, gosto de estar com eles. E isto que narrei acima, tira muito o dia a dia da escola. O ideal seria um planejamento em que houvesse um sentido mais prático para que pudesse haver um entrosamento maior de professores e alunos.//
Entrevista realizada em Julho de 2012


* Matéria originalmente publicada em 20 de fevereiro de 2013 -  atualizada

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