Criatividade não tem idade - Feira de artesanatos - 86ª Semana do Fazendeiro - UFV
Os olhos dele brilham, a fala empolga. Nota-se paixão pelo que faz...
(Embora neste exato momento ele revela que está em crise de dor renal. Percebo que falar com o público ajuda-o a esquecer as dores)
“Meu nome é Rogério Carvalho”.
RW: Senhor Rogério, minha irmã contou que o senhor aposentou-se quando começou este trabalho artístico. O senhor exercia qual atividade?
Rogério Carvalho: Eu era controlador ferroviário.
RW: Olha só! E agora é artesão!
Rogério Carvalho: Há vinte anos aposentei.
RW: Parabéns pelo trabalho que o senhor está fazendo! Como é o artesanato que o senhor faz? Fale-me mais sobre o seu trabalho...
Rogério Carvalho: É pedagógico – quebra-cabeças de raciocínio, de coordenação motora voltado para crianças de um ano e meio até a nossa idade!
RW: Ah, é! Que coisa! - (os dois riem juntos) – Que tipo de objetos o senhor tem feito? Dá um exemplo.
Rogério Carvalho: Eu tenho – tábua de Moisés, Targran, Multiprego, Crie Palavras, Adivinhe a idade, Torre de Hanói – que é milenar. Tem vários aí! Tem o jogo da Forca, que eu passei para madeira.
Rogério Carvalho: Ah, é muito bom, eu estou há 13 anos atuando no mercado pedagógico.
RW: E se sente renovar cada vez que faz um jogo desses?
Rogério Carvalho: Uma coisa eu tenho para mim – se eu não fizesse essa atividade toda – eu era já um homem morto!
RW: A necessidade de uma atividade é muito importante para estímulo de viver!
Rogério Carvalho: Com esse meu trabalho artesanal, eu raciocino, eu desenho as peças, tenho que cortar, pintar, e ainda tenho que vender!
RW: O senhor vende aqui em Viçosa e em mais outro lugar?
Rogério Carvalho: Eu tenho clientes em Vitória, Nanuque, Cabuã da Mantiqueira, Barbacena, e os “Gauchão” todinhos! O Restaurante Gauchão tem em todos eles essas minhas peças.
Rogério Carvalho: Esse é! O que você tem que fazer: Passar a torre todinha, “pedra por pedra”, uma a uma, nunca a maior em cima da menor! Entendeu?
MW: Isso é difícil?
Arthur: É bacana – tem que pensar.
Rogério Carvalho: É para 7 anos em diante... Sabe quantos anos tem esse jogo? Mais de mil anos!
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