Thaís Delduque Pedretti em entrevista exclusiva à Equipe Wolff
Fé ativa
Projeto: Você é muito importante para nós©
Aptidão ou influência de
família? Até que ponto uma coisa mescla na outra nunca saberemos mas temos
certeza que ela atende com excelência em sua loja. Conheça a personalidade em
destaque nesta entrevista.
Entrevista exclusiva ao
jornalista Reinaldo Wolff, MT 27672
THAÍS DELDUQUE PEDRETTI
Ontem a minha filha de 4
anos chegou para mim, eu estava fechando a loja, e ela me fez a pergunta:
“Mamãe quando eu crescer eu vou trabalhar com você?”
Aí eu falei: “Que seja a
vontade de Deus”, porque se for o que ela quiser e se estiver nos planos de
Deus para nós – que seja! Muito gosto! Você ver que seu filho tem interesse de
estar no seu ramo de trabalho – porque tudo é muito suado! Se você trabalha
bem... E tem outra! – você tem que fazer o que você gosta. Por amor!
Eu penso assim – Eu
poderia estar ganhando o que for – mas se for para estar trabalhando em outro
lugar – eu gosto dessa coisa “do público”, entendeu? Você poder estar
conversando... Igual vocês, que estão conversando agora comigo. Vocês estão
passando um pouco da experiência de vocês e eu vou passando um pouco da minha
experiência para vocês. Isso é gratificante. E não parece, mas eu sou tímida! A
pessoa vindo a mim, eu tenho coragem de falar. Agora, eu não serviria como vendedora
externa, porque sou tímida.
Reinaldo
Wolff: Cada pessoa tem dentro de si a sua vocação. O importante é fazer o que
gosta. Porque sente que é sua vocação.
Thaís
Pedretti: Nossa! Com certeza!
Reinaldo
Wolff: Como descobriu sua vocação?
Thaís
Pedretti: Eu tinha 16 anos. Meu pai sempre se esforçou para me dar de tudo. Do
bom e do melhor. Ele sempre trabalhou muito. Muita coisa! Eu tinha 16 anos e
falei que queria ter o meu dinheiro, eu queria poder comprar as minhas coisas,
você entende né? Tirar o: “Pai, eu quero isto”. É você ter orgulho, entendeu? –
de pagar o que você vai usar. Meu pai achou que eu fosse muito nova. E eu disse
a ele que então me desse a chance de estudar e ele me desse algum serviço aqui
para trabalhar com ele. E eu completei meus estudos. Cursei. E vim trabalhar!
Tinha serviços de banco. Eu fui tomando gosto. Tinha serviços externos, enfim,
entrei na parte administrativa. Entrei na parte de vendas. Hoje eu procuro
sempre fazer o meu melhor.
Reinaldo
Wolff: O que lhe fez optar por este ramo de atividades.
Thaís
Pedretti: Bom... na época, o meu pai, por ser ferramenteiro e estar trabalhando
numa empresa que não estava indo muito bem - houve aquela necessidade de buscar
um outro ramo. E ele fazia aparelhos. Fazia riscos de corte, na época. Então, a
gente montou um ferramental, uma oficina em casa mesmo. Aí veio as necessidades
do cliente – querer consertar um aparelho e querer adquirir um produto. “Você
trabalha com esse produto?”. E a gente começou a vender esses produtos,
entendeu?
Reinaldo
Wolff: Pelo o que eu soube, você já é a terceira geração neste ramo.
Thaís
Pedretti: Sim, meu avô era alfaiate.
Reinaldo
Wolff: Você se sente realizada?
Thaís
Pedretti: Sim, muito!
Reinaldo
Wolff: O que é sucesso para você?
Thaís
Pedretti: Sucesso para mim é trabalhar no que eu gosto. Lógico que eu preciso
de renda, também para me manter. Mas eu estou muito contente com o que eu faço.
Reinaldo
Wolff: E os planos de expansão?
Thaís
Pedretti: Tenho bastante planos. Hoje o recurso financeiro ainda é pouco! Mas
eu pretendo um espaço maior para atender melhor meus clientes. Pretendo mixar
mais a quantidade e qualidade dos produtos. Diversificar. E poder ter uma área
um pouco melhor, até para atender melhor.
Reinaldo
Wolff: Conte fatos pitorescos da sua vida. Como é que seu pai conseguiu
transmitir essa garra de vendas, essa coragem de fazer as coisas, esse gosto
pelos negócios? Quem foi que influiu mais, foi seu pai?
Thaís
Pedretti: Meu avô faleceu, eu tinha 7 anos. Meu pai sempre me trouxe muito
orgulho. Meu pai sempre me ensinou a seguinte frase que eu vou levar para toda
a minha vida: “Faça o bem, não olhe a quem!”. No meu ramo de negócios, com
certeza isso influencia muito. Pelo trabalho digno que a gente tenta fazer.
Minha empresa é pequena mas a gente trabalha com a melhor qualidade possível.
Meu pai sempre teve essa garra para o trabalho. Trabalhava até as 10 da noite.
Eu me incentivava pelo exemplo dele. Ele trabalhando tanto, eu também queria
isto para mim. Para eu ter o orgulho de ter minhas coisas pelo meu próprio
esforço, meu trabalho, meu sangue, entendeu?
Reinaldo
Wolff: É uma influência muito forte!
Thaís
Pedretti: Muito! Muito mesmo! Eu via ele trabalhando e eu pensava “Eu quero
isto para mim também”. Por isso hoje é esse carinho que os clientes têm comigo.
Às vezes eles vêm aqui só para tomar um café comigo e conversar. Isso é a coisa
mais gratificante do mundo. Eu não tenho trabalho de marketing e faço vendas.
Qual é o mistério? É o boca a boca do meu cliente. É o meu cliente, o meu
amigo, que confia no meu trabalho e que passa o meu trabalho adiante.
Reinaldo
Wolff: Tem uma dica para nossos leitores que querem iniciar no ramo de
confecção?
Thaís
Pedretti: Em Friburgo todo mundo fala: “É o polo da moda íntima”. E às vezes a
pessoa fica preocupada em arriscar. “Ah! Tem muita confecção e eu vou abrir
mais um negócio!”. E o que eu digo: “Mais importante que a vontade de vencer é
a coragem de começar”. O inicial para o confeccionista pensar quando começar o
negócio, é o padrão de qualidade. Isso é o mais importante. Você tem que ter um
produto diferenciado para começar.
Em off:
Thaís
Pedretti: Muito legal! Eu me senti muito lisonjeada em dar essa entrevista.
Nunca passei por esse momento.
Reinaldo:
E que emoção é essa de contar sua experiência de vida?
Thaís
Pedretti: Penso muita coisa de minha trajetória. Passa muita coisa na minha
cabeça. Embora eu tenha apenas 24 anos, eu já vivi muita experiência nessa
vida. E vem tudo. E hoje eu penso: “Gente! Eu cheguei até aqui!”. Hoje um
cliente me ligou às 9hrs da manhã e me fez uma pergunta: “Bom dia! Hoje se você
ganhar 500mil na loteria, o que você faz?”. E eu respondi: “500mil é muito
dinheiro e ao mesmo tempo é pouco. Eu investiria na loja, no meu negócio”. Ele:
“Ah! Mentira! – você não ia fazer nem uma viagem?”. Eu falei: “Meu negócio me
traz o dinheiro para eu fazer a viagem!”. Portanto, a minha conclusão é que
você tem que ter um trabalho. Você tem que ocupar sua mente. E não tem coisa
mais gratificante do que estar com pessoas! Gente, é muito legal! As pessoas
passam aqui e trazem informação, traz passado, traz conteúdo... tudo! Esse
feedback é muito importante. E vocês, são daqui mesmo?
Reinaldo:
De coração, sim.
Thaís
Pedretti: A cidade aqui é muito gostosa.
Reinaldo:
Nós moramos aqui em 78. Mas sempre gostamos daqui. Sua filha vai ver essa
entrevista na internet.
Thaís
Pedretti: Quero que minha filha sempre tenha orgulho de mim! Meu conceito de
vida é fé. Dignidade. Ser sempre uma pessoa honesta!
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