Gerente Edna Maria Garcia em entrevista exclusiva ao Jornalista Reinaldo Wolff
A ESPECIALISTA EM FINANÇAS E A IMPORTÂNCIA DO DIÁLOGO
Projeto Você É Muito Importante Para Nós © Equipe Wolff
Reinaldo Wolff: É um prazer estar aqui para falar consigo e para fazer esta entrevista.
Reinaldo Wolff: Como fazer com a vida - com a sua vida - com as amizades e relacionamentos - se tem que mudar... A adaptação se torna difícil?
Edna Garcia: Eu vim da Bahia para cá. Às vezes me perguntam: Mas de onde você é? Eu costumo dizer que eu sou brasileira. Eu tenho que pensar um pouquinho primeiro. Eu nasci no Espírito Santo, com 12 anos fui para Minas Gerais. E com 18 fui para Rondônia. Seguindo minha família. Em Rondônia fiquei 10 anos. Foi onde me casei. E tive dois dos meus filhos. Eu tenho 3. E depois, seguindo a família do meu marido - eu me mudei para a Bahia - Porto Seguro. Aí, na Bahia, também eu me mudei muitas vezes. E nestas adaptações, é claro que a gente vai sempre deixando amizades, e fazendo novas amizades. Então, eu aprendi a enxergar isso de forma positiva. Que a gente vai adquirindo mais experiência. Vai trocando experiência. Vai conhecendo novas pessoas, novas culturas. E isso é muito enriquecedor.
Reinaldo Wolff: Seu pai era militar? O que levou a família à Rondônia?
Edna Garcia: O meu pai sempre foi comerciante. Quando nós morávamos em Minas, ele já tinha um pequeno comércio com o irmão dele. E aí, na época em que nós fomos para Rondônia, em 79. Na época em que Rondônia era um Eldorado do país - todas as pessoas se mudavam para lá em busca de terras. E o meu pai também foi um desses que foi em busca de terras. Ele, os irmãos dele, e os meus irmãos. Quando chegou lá, ele não tinha nada. Foi uma aventura mesmo! Vendeu tudo o que tinha, colocou a família e a mudança em cima de um caminhão e se aventurou por lá. Deu certo. Deu certo!!
Reinaldo Wolff: Como foi sua experiência de chegada em Itaboraí?
Edna Garcia: Itaboraí já é uma, assim... Não estava previsto para mim, vir para o Rio de Janeiro. Morava na Bahia há 21 anos.
Reinaldo Wolff: Era em Salvador?
Edna Garcia: Não. Eu sempre morei no interior. Litoral ou sertão. Porto Seguro... Itabuna... Em Alagoinha, que é mais perto de Salvador. E em Tucano, que é sertão mesmo, fica perto de Euclides da Cunha, Canudos.
Reinaldo Wolff: Como é lidar com tipos humanos tão diferentes, de distantes regiões do país? Porque o povo do interior da Bahia têm o um temperamento bem peculiar. E os de outros estados têm um temperamento bem diferente, não acha? Uma gama de tipos e comportamentos. Isso é bom ou é ruim?
Edna Garcia: Isso é bom, eu gosto. Aprendi muito com as pessoas. Com o sertanejo. Aprendi muito quando morei e estive em contato com tipo de pessoas do litoral. Isso só faz acrescentar, na vida da gente, experiência em conhecer realmente a natureza humana. Como eles se adaptam em diferentes lugares.
Reinaldo Wolff: Qual a emoção mais forte - o impacto de sair da beira-mar, ou a expectativa desta nova oportunidade, como por exemplo, a gerência aqui?
Edna Garcia: Antes de vir para cá, eu já fui gerente por duas vezes, em duas agências. Agora a expectativa é de crescimento profissional. Na minha vida sempre existem aquelas prioridades. Prioridade para mim, é minha família. E para que eu possa atender essa prioridade, eu tenho que dar muita importância ao meu trabalho, à minha carreira. Eu sou a provedora da minha família. Por eu ser, hoje em dia, divorciada - a responsabilidade é minha. Apesar de dar muita importância ao convívio com meus filhos, eu não pude estar presente. A minha presença foi: à distância. Sempre monitorando, mas sempre à distância. Já vivo longe deles desde que eu comecei a construir minha carreira, em 2002. Eu já estava na Bahia. Quando eu saí de Porto Seguro, e fui para Alagoinha. Hoje em dia, meus filhos estão em São Carlos, SP, porque um deles foi fazer mestrado. E eles todos se mudaram para lá. E eu, para ficar mais próxima deles, fiz minha opção de vir para o Rio.
Reinaldo Wolff: São Carlos é a cidade que tem maior número de cientistas do Brasil.
Edna Garcia: Proporcional ao número de habitantes, é sim.
Reinaldo Wolff: Até que ponto acredita que o bom relacionamento do gerente com a clientela, possa interferir nos andamentos de negócios gerados pelo banco?
Edna Garcia: Eu acho super importante você conhecer o cliente. Ter um bom relacionamento com o cliente. Para atender dentro das necessidades do cliente. Porque muitas vezes, numa conversa informal, num diálogo, você pode enxergar oportunidades de negócios. E oferecer um negócio que vai satisfazer as questões, e deixar o cliente com a solução dos negócios.
Reinaldo Wolff: O gerente, além de ser gerente, ainda é um “relações públicas”?
Edna Garcia: Com certeza, sim.
Reinaldo Wolff: Que qualidades intrínsecas a um gerente, você vê como necessárias?
Edna Garcia: Liderança. Ter a empatia com a equipe. Acho muito importante isso. Eu já estive como liderada. Eu sei como é, que naquela época, eu gostava de ser tratada. Então eu gosto de tratar os meus colaboradores, do mesmo modo como eu gosto de ser tratada. E é assim que eu tenho conseguido bons resultados em equipe.
Reinaldo Wolff: Que planos faz para o futuro?
Edna Garcia: Bom, eu adoro meu trabalho. Então, eu já tenho 29 anos de banco - se eu quisesse me aposentar (é agora, ano que vem), eu poderia. Mas não penso nisto porque eu gosto do meu trabalho. Eu me sinto útil na empresa, para a empresa, não é? E para mim também! Eu trabalhando, produzindo, de certa forma eu estou contribuindo na sociedade, e de certa forma, para mim também!
Reinaldo Wolff: O ato de estudar e graduar-se - interfere na ascensão, em seu plano de carreira - até que ponto?
Edna Garcia: Interfere e muito. Estudar é super necessário. Eu só comecei a fazer, a construir minha carreira, a partir do momento que eu entrei para uma graduação. Eu comecei minha graduação aos 40 anos. A partir dali a minha vida profissional mudou completamente. Sou graduada em Administração. Pós-graduada em Gestão de Varejo, fora os cursos de qualificação que o Banco oferece. Tenho cursos FGV, e tudo isto melhora muito - tanto em nossa gestão, no estilo de gestão, nos dá uma visão melhor, como também na “pontuação”. No caso de “concorrência”, não é?
Reinaldo Wolff: O que você diria que está faltando para obter cada vez melhores resultados - o que o sistema bancário pode melhorar?
Edna Garcia: O trabalho bancário é um trabalho estressante. Muito estressante. O que pode melhorar? É assim, dar cada vez melhores condições de trabalho. Ter mais diálogo. Dar ao diálogo a sensibilidade. Eu acho o diálogo, é super importante nisso aí - não importa em que escalão. Mas sempre tem que haver o diálogo. Tem que haver abertura para entendimento.
Reinaldo Wolff: É importante, inclusive, para os próprios clientes...
Edna Garcia: É exatamente, o cliente se sente bem quando está num ambiente, aonde não existe aquela tensão, aquele estresse.
Reinaldo Wolff: Você acha que tempo é dinheiro?
Edna Garcia: Nem sempre. É lógico que nós precisamos do tempo para produzir, mas também precisamos do tempo para pensar, refletir. O tempo é muito mais valioso do que dinheiro. Dinheiro não compra o tempo!
Reinaldo Wolff: Como executiva, consegue conciliar vida pessoal e de negócios? É um dilema ou dá para conciliar?
Edna Garcia: Dá para conciliar. Eu consigo!
Reinaldo Wolff: Como sente em relação à sua ascendência alemã? Teve contato com descendentes de alemães no Espírito Santo?
Edna Garcia: Toda a minha família é de ascendência alemã. A minha avó era alemã. Que eu sinto assim - o que eu conheço, a história da família, eu conheço muito pouco. O que eu sei é que minha avó veio da Alemanha na época da 2ª Guerra, fugindo. Enfrentaram muita dificuldade aqui no Brasil. Eles deixaram tudo para trás! E o que eu admiro neles - de ter essa coragem de vir - e acho que eles escolheram bem o lugar. O Brasil é um país que acolhe bem todos os povos. Por isso essa diversidade tão grande. E o que eu mais fico feliz, é que até hoje, a Alemanha procura resgatar (redimir-se) daquela história de Nazismo. Aquela coisa toda. Então eu gosto, e assim - tenho orgulho! E também assim - tenho orgulho de ter nascido no Brasil, e de ser brasileira!
Reinaldo Wolff: Sente afinidade com a Alemanha atual?
Edna Garcia: Algumas coisas sim, eu gosto da forma como eles trabalham. Eles levam o trabalho muito a sério. Eu gosto de disciplina. Mas eu também gosto muito do jeito do povo brasileiro de viver - bem humorado, relaxado, sem se deixar levar muito por pressão. Eu gosto.
Reinaldo Wolff: Seria interessante para você oportunidade de trabalho do Banco no exterior?
Edna Garcia: Talvez. Eu já tenho muito tempo de banco. Lógico, que se eu tivesse assim... começado com minha cabeça de gerente agora, poderia sim. Seria uma possibilidade de sim. O Banco está se expandindo. Eu não descartaria a possibilidade. Sempre quando surge qualquer oportunidade, eu estudo e vejo “se dá para encaixar” naquela oportunidade. Mas no momento, não.
Reinaldo Wolff: Em sendo sim, o que estaria faltando para que isto se realize?
Edna Garcia: Eu precisaria me qualificar mais. Precisaria também aprender uma língua. Tentei várias vezes. Já comecei espanhol, inglês. Na verdade, ainda não consigo me comunicar satisfatoriamente para encarar o desafio de morar no exterior. Precisaria disso aí - melhorar idiomas.
Reinaldo Wolff: Quais são os pontos mais atrativos de sua carreira?
Edna Garcia: O que eu gosto - eu gosto dos desafios. E gosto do resultado que eu consigo. Isso é o que mais me move a continuar trabalhando. Porque é muito bom pegar o desafio, entregar o resultado, e ser reconhecida.
Reinaldo Wolff: Como lida com o estresse diário com os riscos freqüentes e constantes? Porque banco tem sempre um risco. O que isso gera de estresse?
Edna Garcia: Eu encaro isto como uma parte do dia a dia. Uma parte da vida. Eu penso que qualquer trabalho que eu esteja, qualquer função que eu esteja desempenhando, eu vou estar exposta a riscos. Se eu for uma empresária, eu vou estar correndo risco. Então, eu encaro isto como parte do meu trabalho.
Reinaldo Wolff: Você é feliz em sua profissão?
Edna Garcia: Muito feliz.
Reinaldo Wolff: Que mensagem quer dizer para os novos que querem ingressar em concursos públicos do tipo Banco do Brasil?
Edna Garcia: É o que eu sempre costumo dizer quando recebo funcionários novos. Nessa agência tem cinco funcionários que vieram direto de concurso. Quando eles chegaram no banco, eu contei para eles a minha estória. E disse para eles assim: A minha vida eu construí através do meu trabalho, do Banco. Então, eles têm que saber o que eles querem. Se eles querem fazer uma carreira no Banco, eles podem chegar a presidente do banco. Só depende de cada um. Cada um vai dizer até onde quer chegar. Eu gosto da empresa que eu trabalho. Tenho orgulho de trabalhar nessa empresa. E cada um deve fazer o que ele achar. Eu, quando entrei no Banco, eu sabia aonde eu queria chegar! E assim, tracei minha trilha e consegui chegar onde quis.
Reinaldo Wolff: Pequeno resumo do perfil que quer divulgar:
Edna Garcia: Nasci de família humilde, muito humilde. Eu sou a segunda de oito irmãos. Então, quando eu digo que na minha vida, o meu desafio começou quando chegamos em Rondônia. Eu tinha 18 anos. A minha família estava indo para lá, se aventurando. Sem perspectiva nenhuma! E assim - a primeira pessoa que conseguiu emprego, fui eu. E a partir de então, fui assim, é... - eu atuei muito junto à minha família para ajudar eles crescerem - dando apoio, dando suporte até financeiro. Para que cada um deles conseguissem o objetivo deles, que era conseguir um pedacinho de terra lá em Rondônia. E eles conseguiram. Eu me sinto muito feliz de ter contribuído com isto. E depois a minha família - através do meu trabalho, eu consegui educar meus filhos. Eu me separei com dez anos de casamento. E fiquei com a responsabilidade maior de formar meus filhos. Fiz minha carreira. E me aventurei (deixei meus filhos). A certa altura, um tinha 11 anos, quando tive que sair para fazer carreira. Tive que deixá-los sozinhos - mas me sinto muito feliz e orgulhosa de mim mesma de ter conseguido! Tenho uma filha que trabalha no Banco também. Tenho um filho que está fazendo doutorado em física. E um filho que está fazendo engenharia, agora passou num concurso na Prefeitura de São Carlos (engenharia de produção). E assim - aquilo que eu me propus a fazer eu fiz bem feito. Eu segui aquilo que eu planejei. E graças a Deus, deu certo! //
Em off:
Eu agradeço por esta oportunidade. É a primeira vez que dou entrevista.
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Percepção - A nova ciência do milênio © Ana Maria Wolff
O futuro é sempre um desafio do presente. Seus códigos simbólicos, advindos de sua assinatura, e de sua letra, pela interpretação, de autoria de Ana Maria Wolff, indicam: “Capacidade de realizar inúmeros negócios, de uma forma satisfatória, devido à ordem, disciplina, em seus assuntos, e o muito de firmeza de pontos de vista. E paciência para aguardar os resultados.” //
Texto MW
Digitação: Vitória Wolff
Foto e editoração: Arthur Wolff* Matéria originalmente publicada em 15 de julho de 2012, conferida e atualizada.
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