Jornalista Reinaldo Wolff conversando com o famoso Cirurgião Plástico Dr. Luzimagno Heringer

Não gosto de propaganda, tem gente que adora eu não gosto, é coisa pessoal.
RW: Bom, o senhor, com todo respeito, é muito conhecido por muita gente. Já tem sua clientela...
É, mas a propaganda aumenta muito a clientela, isso eu não tenho dúvida!
RW: O que ocorre, Dr. Heringer, é que nos estivemos juntos - com a nossa mãe escritora - em todos os canais de TV. Estivemos desde o programa de Wilton Franco, TV Bandeirantes, desde 1980, J. Silvestre, Fantástico, TV Globo. Programas de Rádio, Jornais. E com essa experiência trouxe a capacitação de trazer o senhor a estes ambiantes. E também o próprio jornal e revista, e aqui trouxemos uma pequena amostra. Esta é Ana Maria Wolff, o senhor lembra dela?
Lembro, sim!
Nós temos uma equipe agora que está produzindo músicas evangélicas. E o Fernando Dias, que está lá em Friburgo - agendamos com ele para estarmos lá hoje. O Fernando é produtor musical. Temos desde a possibilidade de o senhor ter o jingle, caso o senhor queira para a sua clínica, até caso o senhor queira escrever seus artigos. Assessoramos nesse sentido. E divulgando de uma maneira respeitosa, com ética que é como o senhor merece. Que é o prestígio - tão importante para todo profissional.

RW: Podemos começar sua entrevista?
Vamos!

Reinaldo: Arthur, então vamos tirar algumas fotos!
(sorrisos)

RW: Dr. Heringer, há uma curiosa pergunta que gostaríamos de fazer. Toda pessoa, não querendo comparar grotescamente, mas quando vai iniciar uma refeição, um lanche, um fast-food... começa com muito apetite! Do meio em diante, o apetite não é tão grande... isto é sabido! Não é?
Hum, hum.
RW: E isto existe também na profissão?
Existe!
RW: O que fazer para motivar-se?
Em primeiro lugar, a pessoa tem que gostar da profissão! Aquilo que você faz, sem gostar - sem paixão - muito cedo a pessoa vai abandonando, aos pouquinhos. Esse é o ponto fundamental: ser apaixonado pelo que faz! Sendo assim, apaixonado por aquilo que faz é comum no início todo profissional, da área médica, ou não... No início tem um apetite maior em realizar. E você quer fazer, porque sobretudo porque você quer aprender, quer "botar a mão na massa", e tal... É natural que com o passar do tempo, e mais experiência, você passe a selecionar aquilo que você quer se dedicar, ou fazer com mais frequência. Você talvez não diminua tanto o ritmo, mas seleciona mais.
RW: Os congressos e cursos de especialização, dão essa motivação?
Dão... Toda vez que você vai a algum congresso médico, por exemplo,  volta de lá cheio de idéias. Observa-se 90% das coisas que você já faz. É bom estar atualizado, frequentando esses congressos, porque a pessoa percebe que não está diferente dos melhores. Assim (você está no bolo)  que está fazendo aquilo , mais ou menos no mesmo nível. E de vez em quando alguma interessante que você quer. Aí volta aquele apetite de conhecimento que tinha um pouco lá atrás, querendo desenvolver alguma idéia. Ou alguma idéia que já teve , mas não teve coragem de fazer e daqui a pouco (já aconteceu comigo isto). "Poxa! Eu tive essa idéia e não fiz, e agora estão fazendo aí"!
RW: Mas em parte é também pelo reconhecimento das pessoas quanto ao profissional.
Tem, sem dúvida!
RW:  E esse reconhecimento tem que ser notório. Para isso é importante a divulgação, ao nosso ver! A partir dessa divulgação, só que tem que ser feita, com nós fizemos com a nossa mãe - escritora. Ela é de uma área extremamente difícil de lidar com a divulgação: que é a área do sensitivity - porque há muitas pessoas (e separar o joio do trigo na imagem sobre essas pessoas). Por isso é importante saber destacar as pessoas pelas qualidades delas - mostrando os seus diferenciais! É isso que a Equipe Wolff se propõe a fazer na área de Assessoria de Imprensa.


RW: Gostaríamos de fazer mais uma pergunta. O que o levou à determinação de estudar medicina?
Vocação! Medicina é vocação. Hoje há muita pressão de pai que é médico, e querendo ver o filho estudar medicina, no meu caso não tinha ninguém - é vocação mesmo!
RW: É uma missão também?
Com certeza. Quem gosta de medicina, quem tem a vocação, também tem uma missão. Você encara aquilo como uma missão. Deveria ser assim, todo mundo que estuda medicina - mas de repente você vê colegas que se desvirtuam nessa missão. A medicina - é lógico os médicos tem viver dela, mas não "pode fazer da medicina um comércio! É um de sacerdócio, é um pouco de missão de ajudar as pessoas - quando a pessoa tem essa capacidade! A maioria dos médicos em algum momento da vida, ele vai ter que ajudar, independentemente do dinheiro, no caso!
RW: Há naturalmente um método de estudo, uma organização pessoal - que método o senhor utilizou para o desenvolvimento pessoal e de sua carreira?
Um pouco mais de horário programado...
RW: E é bem difícil para um médico, não é? Porque as cirurgias se prolongam muitas vezes.
As vezes nem é aquilo que a gente imagina - a gente programa uma coisa - igual a gente programou para se encontrar aqui às 13:30 hrs  e o horário avançou. Ontem uma cirurgia que eu achei que ia demorar três horas e demorou quatro horas e meia!
RW: Que coisa!
Aí atrasa o resto do dia também, porque você não vai largar o paciente.Então o horário da gente é esse - horário de médico é complicado. Tem que se programar "um pouquinho", realmente.
RW: E como é que fica a questão da religião em relação a isso? O Religare, ele é importante?
Eu, particularmente, por ser cristão, criado num ambiente cristão, penso que é muito importante. Em determinados momentos difíceis, determinadas decisões difíceis na nossa profissão a gente tem "aonde se agarrar". É uma coisa a mais! E o incrível, de repente até um profissional que não acredita em Deus, muitas vezes quando ele se sente em dificuldades... "Oh! meu Deus, ajuda! (sorrisos). Assim nos momentos difíceis  sempre procuramos aquilo que não conhecemos - aquilo que lá "no fundo " queremos acreditar e aparentemente não conseguimos.
RW: Isso é tocante. Creio que esse é um ponto de diferencial. Quando o homem esgota suas forças e encontra forças além de seus limites, essa força é de sobrenatural energia, perante Deus. Ali a gente vê que o ser humano vai suplantar suas próprias dificuldades, seus limites de energia e até atingir uma Esfera maior.
A parte Divina, há muitos exemplos em nossa profissão. Tem coisas que a gente não consegue explicar. A gente encara que houve um agente espiritual.
RW: E tem algum caso que o senhor possa relatar sobre isto? Em que houve a interferência divina?
Olha, uma vez uma criança queimada veio ao hospital público. Que ficou muito tempo em que teve uma parada cardiorrespiratória numa anestesia, já era o último curativo para ele ter alta! Uma queimadura muito grave, acho que ele tinha 10 ou 11 anos. E no último curativo ele teve uma parada cardíaca e demorou muito - parecia uma eternidade! Aí eu lembro que eu pedi muito a Deus que o salvasse... E milagrosamente, lógico todos os procedimentos médicos já haviam sido feitos, mas enfim... Ele saiu, sem sequelas, voltou sem sequelas, voltou a correr. Voltou! Acho que teve sim uma interferência divina no caso. 
RW: É impressionante isto, doutor, porque estes são desafios constantes...
Constantes!
RW: Ao meu ver, e eu trabalhei no hospital da Aeronáutica no meu serviço militar obrigatório, e eu pude ver isto (agora voltei no túnel do tempo, 1976). E pude ver o seguinte: ou a pessoa se "humaniza" de verdade, ou ele se torna "frio" nesta profissão de médico.
É verdade.
RW: Eu noto que o senhor desenvolveu essa capacidade de humanização. Não para lhe fazer nenhum tipo de bajulação, mas o fato é verdadeiro. Vejo como o senhor atende com carinho as pessoas no hospital - e ali não é uma questão de "quanto pagou, quanto deixou de pagar"!
Ah, não mesmo.
RW: Porque o salário está garantido, então é mais o calor humano que o senhor tem com as pessoas.
Esse é um lado que está faltando muito na minha profissão. As pessoas se tornaram frias. E se tornaram um pouco "robóticas". Acho que tudo está levando a isto, toda esta tecnologia, então as pessoas estão ficando muito "mecânicas". E penso que essas pessoas mais humildes que procuram o serviço público, já sofreu, às vezes demora um ano para marcar, então quando chega até a gente - se puder dar um "empurrãozinho" e fazer "todo o possível"! A vida já faz ela sofrer. 
RW: Por outro lado tem sido expressivo progresso que o senhor tem feito - com todo respeito. O senhor começou em Macaé, e prosseguiu em Niterói. Como é que está o atendimento aqui e e Niterói? 
Olha 90% da minha vida é aqui. Já trabalho muitos anos aqui, 25 anos mais ou menos. Vai criando uma clientela. Não tenho nem tempo para ir pra outro local. Em Niterói eu atendo algumas vezes - até para atender alguns pacientes que moram lá. Fazer algum curativo, alguma consulta... Porque o atendimento é todo aqui, em Itaboraí. Porque senão a gente "não vive", também, não é?

Continua...



Fotos: Arthur Wolff

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