A revolução religiosa pela música do padre Marcelo Rossi - opinião de Ana Maria Wolff

O padre Marcelo Rossi iniciou uma reforma no pensamento religioso. Ele nem sabe até que ponto ele iniciou aquela reforma. Ele teve o mesmo papel que os  Beatles quando iniciou aquela reforma de música Rock. Depois que o tempo passa, tem muita gente que diz: "Era só isso?!", mas na época sim foi uma revolução musical. Quanto à música religiosa, agora aparecem outros padres cantores. Eles chegam para seguir o padrão da música, o caminho aberto pelo padre Marcelo. Este padre está apertando a tecla da linha romântica que o brasileiro tem (mas a influência americana faz de conta que não existe). Agora dentro da religião existem outros inúmeros padres (todos do tipo "eu também") que trouxeram a confusão dos jovens para dentro da igreja. E o ensinamento da paz, da harmonia, da meditação. Da busca interior pela luz divina, se confunde no desejo de diversão. Proibiram o álcool e o sexo indiscriminado, deram muita música e instrumentos barulhentos, e nenhuma meditação, nenhum silêncio de busca, nenhum momento que leve o jovem a pensar no sentido de evoluir o seu espírito.
Os padres que tinham voz pastosa, remelenta, foram convidados a se sacudir num Rock. Mas essa voz remelenta é a mesma voz que esta apagando o caminho do padre Marcelo. A gente nota que eles, os dirigentes das igrejas, querem achar um jeito de habitar o mundo do jovem. Quando uma liderança surge e vem com o ímpeto que veio o padre Marcelo, que vieram os Beatles... e não é seguir desordenadamente através daquele caminho sem buscar a luz do entendimento. Por que é que esta liderança está atuando? O que significa esta liderança? – e não querer botar freios de compatibilidade – com vozes simbólicas de um passado que já se foi. A coisa mais errada: aquele padre "hé-hum-hé". O padre fica "amarrecando" como no tempo da Idade Média, do tempo antigo. Sempre que eu ouvia a igreja católica, era esse som de marreco repetido a gente nota que a alegria inicial do padre Marcelo sumiu tento que as pessoas são levadas a cantar os primeiros discos. Todos cantam entusiasmadamente a música que foi um elemento harmonioso para atrair as pessoas jovens para a igreja.

Ao passo do que eles estão fazendo danças, bebidas energéticas e doces. Suco de uva com energético – o vinho que o padre bebia sozinho diante do altar e do cálice. Agora oferecem para os jovens dançarem e cantarem sem nenhuma harmonia. Só numa explosão de energia. Essa explosão de energia não conduz a nada, é como se fosse um raio no céu. Nota-se nitidamente que o padre já teve mais força. Quando ele se misturou com essa "voz pastosa" – desde que eu me entendo por gente eu ouvia – as minhas gerações também – ouvia essa voz pastosa como símbolo da Igreja Católica. Eram tipos pesadões – sem nenhuma disposição física para os esportes e grande disposição para o vinho.
O que tem de ser feito é buscar o jovem pelo pensamento.
Por exemplo, há uma tentativa nesse sentido, no programa de TV Altas Horas. Ele busca saber o que o jovem pensa. Mas você pode ver um programa atrás do outro, o jovem fala mas não pensa nada. Não vem nenhuma ideia original, um pensamento diferente, um raciocínio – nada!
É então que eu penso: O tema tem de ser posto de uma maneira muito clara para o jovem.
Supondo um exemplo de questionamento: como é que um jovem pode descobrir seu próprio caminho? Como é que um jovem pode descobrir a razão da espiritualidade? Que caminhos levam à espiritualidade? Como saber que profissão optar que seja conforme a natureza dele, jovem? Como ele pode investigar essa natureza? Não é que o jovem vai dar ideia para o programa.  É o programa que tem que conduzir a ideia para que eles tenham uma base de desenvolvimento.

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