Entrevista com o músico Fernando Dias de Nova Friburgo
Cont.
Então, outros detalhes ainda, assim é que acontece com quem está compondo uma música. Ou está fazendo uma poesia. Aí vem a criatividade em como você vai transformar a ideia em começo, meio e fim. Você pode pegar uma "tristeza", transpõe essa emoção para música - começar triste e no meio transformar e dar um final feliz. Aí é que vem a criatividade. E como isso é feito? Isso vem lá de cima! Alguns falam "Ah, cai do céu!". Não é que "cai do céu", vem do céu quando vem pra você. Vem pra você, especialmente! "Cair do céu" é quando vem espontaneamente. Mas eu digo "vem do céu" - é diferente. Aí vem pra você especialmente.
Então, outros detalhes ainda, assim é que acontece com quem está compondo uma música. Ou está fazendo uma poesia. Aí vem a criatividade em como você vai transformar a ideia em começo, meio e fim. Você pode pegar uma "tristeza", transpõe essa emoção para música - começar triste e no meio transformar e dar um final feliz. Aí é que vem a criatividade. E como isso é feito? Isso vem lá de cima! Alguns falam "Ah, cai do céu!". Não é que "cai do céu", vem do céu quando vem pra você. Vem pra você, especialmente! "Cair do céu" é quando vem espontaneamente. Mas eu digo "vem do céu" - é diferente. Aí vem pra você especialmente.
Fernando: Você aperfeiçoa. Tem gente que diz "Eu aprendi sozinho". Eu digo não! Sempre você vê alguém fazendo. Aí você aprende diferente. Aí você desenvolve de uma outra maneira. Aí é que vem a criatividade, é o seu ser "Como descobrir!". Como você vai transformar essas ideias em começo, meio e fim.
E sim, às vezes você descobre sozinho! Mas aí é diferente, porque antes você já viu alguma coisa de alguém, que já fez "ver" para você... Sempre é assim! Dizer então "Eu aprendi sozinho" não existe! Comparemos agora aqui estas duas situações - duas pessoas no mundo, lado a lado, o cara que nunca tocou violão e um erudito. Alguém vai ter que inventar o violão, pôr as cordas no violão, aquela pessoa desenvolve o violão, passa muito tempo para saber - como é que afina aquele instrumento? Aí vem os primeiros acordes, o cara descobre, às vezes, até sem querer! Aí... é "Deus"! Só Deus para vir a ideia e fazer vir tudo aquilo de inspiração. Só Deus para se falar nesse assunto de criatividade.
Quando você começa a desenvolver, começa a ter uma noção de que muitos mestres, muitos gênios, passaram por isto - entende? O que se propõe, em termos de "conhecer música"? É quando você "respira" a música! Vem do céu! Vem do céu pra você, chama-se "inspiração". É ter Deus em você, que te deu o Dom. Aí está você com seu violão, você começa a fazer as primeiras ideias, vai incorporando aquele dom, aquele dom vai fazendo parte do seu corpo, de todo seu ser, aí que eu chamo: é a criatividade! Aí que vem a criatividade!
MW: O que você quer dizer para a pessoa que começa a estudar música, e ainda não percebeu se tem "o dom"?
Fernando: Faça um teste consigo mesmo!
MW: Que tipo de teste é esse?
Fernando: Vai ver shows, tenta cantar aquelas músicas que ouviu, pega um violão, vê se consegue tocar aquelas músicas que gostou... Às vezes a criatividade está ali, latente em você... Pedindo pra você "beliscar" ela... Está lhe dizendo algo do tipo "Eu estou aqui!"
(ele sorri e um breve silêncio se faz entre nós. Imagino que a lembrança lhe vem de seus primeiros momentos de aprendizado na música)
MW: E como consegue desenvolver a concentração? Para ter persistência de ultrapassar esse primeiro momento em que ainda não aprendeu, quer aprender mas não tem ainda o hábito desse estudo? Como ultrapassar esse momento que parece ser uma barreira?
Fernando: A palavra causa é tem que "gostar"! Tem que ter um pouco de amor à música! Penso que... quando a pessoa tem amor a si mesmo vai ter amor à qualquer coisa! À arte. Às pessoas. À criatividade. Então quando você começa a entrar nesse mundo da música, você é beneficiado por Deus! Que só por Ele, para você descobrir a música, só com Ele.
MW: Você acredita que todas as pessoas deveriam estudar música? Do mesmo modo como é natural a todos aprender a ler? Naturalmente todos têm que aprender a ler... É assim também que teria que ser na música, todos aprenderem música?
Fernando: Pelo menos ter um acesso de conhecer uns 30% de música, durante a vida. Porque nem sempre ela vai seguir aquele dom, mas pode ser apenas um hobby. Manter aquele contato com a música, ter como um hobby. Ele pode decidir: “Ah, quero me formar em médico, dá mais dinheiro”. Aí ele está pensando mais em dinheiro, mas está lá a parte de estudo de música. Então faz os dois estudos! Um dia a música vai lhe dar suporte emotivo.
E sim, às vezes você descobre sozinho! Mas aí é diferente, porque antes você já viu alguma coisa de alguém, que já fez "ver" para você... Sempre é assim! Dizer então "Eu aprendi sozinho" não existe! Comparemos agora aqui estas duas situações - duas pessoas no mundo, lado a lado, o cara que nunca tocou violão e um erudito. Alguém vai ter que inventar o violão, pôr as cordas no violão, aquela pessoa desenvolve o violão, passa muito tempo para saber - como é que afina aquele instrumento? Aí vem os primeiros acordes, o cara descobre, às vezes, até sem querer! Aí... é "Deus"! Só Deus para vir a ideia e fazer vir tudo aquilo de inspiração. Só Deus para se falar nesse assunto de criatividade.
Quando você começa a desenvolver, começa a ter uma noção de que muitos mestres, muitos gênios, passaram por isto - entende? O que se propõe, em termos de "conhecer música"? É quando você "respira" a música! Vem do céu! Vem do céu pra você, chama-se "inspiração". É ter Deus em você, que te deu o Dom. Aí está você com seu violão, você começa a fazer as primeiras ideias, vai incorporando aquele dom, aquele dom vai fazendo parte do seu corpo, de todo seu ser, aí que eu chamo: é a criatividade! Aí que vem a criatividade!
MW: O que você quer dizer para a pessoa que começa a estudar música, e ainda não percebeu se tem "o dom"?
Fernando: Faça um teste consigo mesmo!
MW: Que tipo de teste é esse?
Fernando: Vai ver shows, tenta cantar aquelas músicas que ouviu, pega um violão, vê se consegue tocar aquelas músicas que gostou... Às vezes a criatividade está ali, latente em você... Pedindo pra você "beliscar" ela... Está lhe dizendo algo do tipo "Eu estou aqui!"
(ele sorri e um breve silêncio se faz entre nós. Imagino que a lembrança lhe vem de seus primeiros momentos de aprendizado na música)
MW: E como consegue desenvolver a concentração? Para ter persistência de ultrapassar esse primeiro momento em que ainda não aprendeu, quer aprender mas não tem ainda o hábito desse estudo? Como ultrapassar esse momento que parece ser uma barreira?
Fernando: A palavra causa é tem que "gostar"! Tem que ter um pouco de amor à música! Penso que... quando a pessoa tem amor a si mesmo vai ter amor à qualquer coisa! À arte. Às pessoas. À criatividade. Então quando você começa a entrar nesse mundo da música, você é beneficiado por Deus! Que só por Ele, para você descobrir a música, só com Ele.
MW: Você acredita que todas as pessoas deveriam estudar música? Do mesmo modo como é natural a todos aprender a ler? Naturalmente todos têm que aprender a ler... É assim também que teria que ser na música, todos aprenderem música?
Fernando: Pelo menos ter um acesso de conhecer uns 30% de música, durante a vida. Porque nem sempre ela vai seguir aquele dom, mas pode ser apenas um hobby. Manter aquele contato com a música, ter como um hobby. Ele pode decidir: “Ah, quero me formar em médico, dá mais dinheiro”. Aí ele está pensando mais em dinheiro, mas está lá a parte de estudo de música. Então faz os dois estudos! Um dia a música vai lhe dar suporte emotivo.
MW: E como achar um rumo,
diante de tantas maravilhas de buscas que se tem pela Internet, para se achar
um rumo que dê estimulo à criatividade? Como achar um rumo, dentro das
pesquisas e das possibilidades da Internet?
Fernando: Ver os “mestres”
cantando! As pessoas que tem destaque. Veja como é que eles agem.
MW: E isso ajuda o auto aperfeiçoamento?
Dá estímulo de estudar? Fernando: Sim, ajuda demais! Você vai pegando detalhes de cada
um. Todo esse conhecimento
vai vindo para você. Você começa a ter muita informação. Você passa a ser uma
pessoa totalmente informada. E você só vai usar aquilo que você vai precisar!
MW: Como é que você começou a
gostar de música? Ou sempre foi assim? Foi influência na infância? Alguma
lembrança de infância que foi marcante?
Fernando: Ouvindo o rádio. Ouvindo
as pessoas cantar, já estava sempre analisando e observando. Achava maravilhoso
tudo aquilo!
MW: Sua mãe cantava bem?
Fernando: Sim, cantarolava o tempo
todo, cantava aqueles temas de sertão. Músicas de sertão.
Fernando: Eu não lembro. Sei que
quando começou a aparecer programas dos Beatles no Big Boy, (Naquela época: “Aqui
fala o Big Boy”) da extinta Rádio Mundial - eu ficava ali fascinado com o
programa! Foi quando comecei a cantar. Comecei a aprender a cantar: ouvir, e
ficava imitando. Não fazia idéia que um dia eu é que seria o cantor!
MW: Além do dinheiro a música
lhe deu outros tipos de conforto?
Fernando: Sim, a alegria de estar
com o Dom de Deus em você é tudo!
MW: Eu ouvi você dizer numa
apresentação de show, que você se sente feliz em cantar e tocar. Outra pessoa,
em outra atividade ganhando muito dinheiro em contrapartida aqui em sua
atividade você sente uma felicidade que supera até a questão monetária. É
assim?
Fernando: O seguinte: é fazer o
que gosta. O que acontece? Quando você faz uma coisa que gosta, você nem vê o
tempo passar. Eu não tenho tristezas. Eu estou trabalhando no que eu gosto. Só
sentir na pele...
MW: O que você gosta mais –
de se apresentar em público, fazer gravações musicais, ou compor?
Fernando: Eu acredito que é:
compor! É desafiante. Desafio de estudar ritmos, que vamos dizer assim e a
palavra não é “o difícil”. É quando você vai chegando no auge de que 3x3 já não
é mais o nove, é 9x9, e vai entrando naquele campo em que é um crescendo, e
aquilo tudo, está te envolvendo e você acha cada vez mais bonito! E quando você
vai passando todas essas coisas, dá vontade de ir mais à frente. Quando vê, não
tem limites. É aí que você percebe – a música não tem fim! Aí você passa também
a não ter fim, em descobrir o que que é.
MW: Que bonito!
Fernando: É isso aí!
Apresentação da música "Garota de Ipanema", por Fernando Dias
https://www.youtube.com/watch?v=0r4iwceXOcA
Veja também:
http://equipewolff.blogspot.com.br/2014/10/fala-fernando-bossa-nova-estude-sempre.html
Apresentação da música "Garota de Ipanema", por Fernando Dias
https://www.youtube.com/watch?v=0r4iwceXOcA
Veja também:
http://equipewolff.blogspot.com.br/2014/10/fala-fernando-bossa-nova-estude-sempre.html
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